Chefes de equipa da urgência cirúrgica do hospital de Santa Maria ameaçam demitir-se em bloco

Centro hospitalar acredita que conseguirá dar resposta às questões “de organização” até 22 de Novembro, data anunciada para a demissão dos médicos.

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Filipa Fernandez

Os dez chefes de equipa de urgência de cirurgia geral do Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte (a que pertence o hospital de Santa Maria) ameaçam demitir-se em bloco a partir do próximo dia 22, alegando que não é possível assegurar a escala do serviço, uma vez que os médicos assistentes se recusam a fazer mais horas extraordinárias para além do limite anual previsto na lei.

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Os dez chefes de equipa de urgência de cirurgia geral do Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte (a que pertence o hospital de Santa Maria) ameaçam demitir-se em bloco a partir do próximo dia 22, alegando que não é possível assegurar a escala do serviço, uma vez que os médicos assistentes se recusam a fazer mais horas extraordinárias para além do limite anual previsto na lei.

A decisão foi anunciada em carta esta quarta-feira enviada ao director clínico do CHULN, a quem os chefes de equipa pedem uma reunião com “carácter de urgência”. Os médicos argumentam que a urgência cirúrgica se tem degradado nos últimos anos, situação que se agravou “recentemente, pela tomada de posição dos assistentes hospitalares do departamento que recusam ultrapassar, nas actuais condições de trabalho, mais do que as horas extraordinárias consideradas na lei”.

Acrescentam que, nestas condições, “a escala de urgência de cirurgia geral não é exequível”, segundo o regulamento de constituição das equipas mínimas de urgência elaborado pela Ordem dos Médicos e publicado em Diário da República em 15 de Outubro passado, que ainda está em consulta pública. Solidarizando-se com os médicos assistentes, os dez apresentam a sua demissão em bloco “a partir de 22 de Novembro”.

O centro hospitalar já reagiu, sublinhando que “as equipas se mantêm em funções” e que o serviço de urgência central do CHULN “continua a funcionar com toda a normalidade”. Adianta que tem já reuniões agendadas com os médicos para o início da próxima semana de forma a dar “rápida resposta” às questões levantadas, que são “de organização interna e distribuição de serviço” e que acredita possam ser resolvidas até 22 de Novembro, assegurando que terá “total abertura e empenho" para melhorar “as questões identificadas”.