Presidente do CDS acusa críticos de “tentativa de assalto ao poder”
Francisco Rodrigues dos Santos insiste não ter medo de ir a votos no partido. “Tenho medo de quem? Do Nuno Melo? Por amor de Deus”, afirmou em entrevista ao Observador.
Francisco Rodrigues dos Santos voltou nesta quarta-feira a acusar os críticos à sua presidência do CDS de estarem a fazer “uma tentativa de assalto ao poder”. Insiste não ter medo de ir a eleições com Nuno Melo e aponta o caminho da saída ao líder parlamentar, Telmo Correia.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Francisco Rodrigues dos Santos voltou nesta quarta-feira a acusar os críticos à sua presidência do CDS de estarem a fazer “uma tentativa de assalto ao poder”. Insiste não ter medo de ir a eleições com Nuno Melo e aponta o caminho da saída ao líder parlamentar, Telmo Correia.
“O que estes senhores [os críticos] estão a fazer é uma tentativa de assalto desesperado ao poder para me tirarem de cena em véspera de legislativas porque a única coisa que os preocupa é evitar que eu alguma vez tenha a possibilidade de fazer as listas de deputados. Tenho de ser cru e duro na forma como digo isso. Porque não há nenhum choque de ideias, só há golpes, injúrias e impropérios à direcção”, afirmou o líder do CDS em entrevista ao Observador.
Sobre as saídas de deputados do Parlamento, Rodrigues dos Santos desvaloriza-as: “Não vejo como uma calamidade, nem uma catástrofe, que haja pessoas que interrompam os seus mandatos e abram espaço à renovação dentro do partido. João Almeida lembrou que era deputado há 20 anos. Telmo Correia é deputado há 30 anos no partido. Cecília Meireles, que reputo como a melhor deputada do Parlamento, também já é deputada há um tempo significativo”.
Já sobre o futuro de Telmo Correia, que não pediu para sair, o líder do CDS dá a entender que não conta com ele para integrar uma futura lista de deputados.
“Não podemos ignorar algumas declarações que tem tido enquanto líder parlamentar que são impróprias de um líder parlamentar. Não compreende uma tese que é básica: não é o grupo parlamentar que tem um partido, é o partido que tem um grupo parlamentar. A procura incessante de entrincheirar a sua liderança de bancada como uma plataforma de oposição à direcção do partido é errada e não trouxe vantagens nenhumas à direcção do CDS. As últimas jornadas parlamentares foram um comício contra a direcção do partido. Fui brindado com um comício de pré-anúncio da candidatura de Nuno Melo no jantar que antecedeu a minha ida às jornadas parlamentares. Como líder do partido, não posso ignorar esta circunstância. (…) Telmo Correia tem dado sinais de que não conta com a direcção do partido”, acrescentou ao Observador.
Francisco Rodrigues dos Santos insiste que não tem medo de ir a eleições internas e acentua que não realizou o congresso para não atrapalhar as eleições legislativas.
“Mas tenho medo de alguma coisa? Com 31 anos propus-me a liderar o CDS e estou a dar a cara com todos eles nas televisões todos os dias a dizerem cobras e lagartos de mim. ‘Cadelas apressadas parem filhos cegos’. Sabem de quem é esta frase? António Pires de Lima, no Expresso. Tenho medo de quem? Do Nuno Melo? Por amor de Deus”, referiu.