Há - mas já houve mais - formigas a voar por todo o lado mas não é nenhuma praga

Formigas com asas aparecem com as primeiras chuvas, depois de períodos muito quentes, seguindo o seu ciclo de vida natural. Apesar da quantidade e da estranheza dos insectos são inofensivos para o ser humano.

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Protecção Civil de Lisboa

É uma imagem que causa estranheza: milhares de formigas com asas pregadas às janelas, à roupa estendida, aos vidros dos carros e até à roupa que trazemos no corpo. Mas não há nenhum motivo para alarme. Estas formigas com asas não são nenhuma praga e estão apenas a seguir o seu ciclo de vida natural.

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É uma imagem que causa estranheza: milhares de formigas com asas pregadas às janelas, à roupa estendida, aos vidros dos carros e até à roupa que trazemos no corpo. Mas não há nenhum motivo para alarme. Estas formigas com asas não são nenhuma praga e estão apenas a seguir o seu ciclo de vida natural.

O fenómeno que foi particularmente visível na semana passada, depois das fortes chuvadas que este ano chegaram mais tarde e se seguiram a dias muito quentes, é, na verdade, normal e cíclico. Sempre que se reúnem essas condições, estas formigas — que pertencem à ordem Hymenoptera, que agrupa os insectos conhecidos por serem muito organizados, como é que o caso de abelhas, vespas e formigas —levantam voo, seguindo o ciclo normal de vida, nomeadamente o seu ritual de acasalamento. 

Perante as dúvidas dos munícipes, a Protecção Civil de Lisboa fez uma publicação na sua página de Facebook, tranquilizando os preocupados: “A explicação é simples: são formigas-de-asa e o seu aparecimento em grande número é um fenómeno bastante frequente após chuvadas que sucedem a dias quentes, no princípio do Verão ou do Outono”, refere a Protecção Civil na sua nota. O que está a acontecer é a reprodução da espécie, fazendo esta “invasão” parte do ritual de acasalamento. 

“O que vemos quando aparece a formiga-de-asa é a dispersão massiva de rainhas recém-formadas e de machos, que enchem os ares no chamado voo nupcial. O acasalamento dá-se também em voo. Depois, as rainhas vão procurar locais apropriados para estabelecer novas colónias e perdem as asas. Os machos não perdem as asas, mas não vão viver mais do que duas ou três semanas após o voo nupcial”, refere a publicação, citando um artigo da publicação online sobre natureza Wilder

Por esta altura, estes pequenos insectos devem estar quase a perder da nossa atenção, uma vez que o fenómeno dura apenas duas ou três semanas. Não devem por isso ser mortos porque, como se sabe, podem ser uma importante fonte de alimento para aves e outros vertebrados.