Leonardo DiCaprio produziu documentário sobre os incêndios de Pedrógão Grande

From Devil’s Breath é o nome do trabalho produzido pelo actor e realizador Leonardo DiCaprio, em colaboração com Orlando von Einsiedel.

Foto
Com 46 anos, o actor e produtor norte-americano volta a chamar a atenção para a causa das alterações climáticas na COP26 DR

Os incêndios florestais de 2017 em Pedrógão Grande, nos quais perderam a vida 66 pessoas, ficaram feridas 253 e atingiram 53 mil hectares, foram um dos episódios mais marcantes e fatídicos dos últimos anos. Agora, vão ser representados no documentário From Devil's Breath, produzido por Leonardo DiCaprio, actor e produtor norte-americano.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os incêndios florestais de 2017 em Pedrógão Grande, nos quais perderam a vida 66 pessoas, ficaram feridas 253 e atingiram 53 mil hectares, foram um dos episódios mais marcantes e fatídicos dos últimos anos. Agora, vão ser representados no documentário From Devil's Breath, produzido por Leonardo DiCaprio, actor e produtor norte-americano.

O filme, que pode vir a ser nomeado para a 94.ª edição dos Óscares na categoria de Melhor Documentário, faz parte da série de documentários The Tipping Point, da produtora de Trevor Noah, o apresentador sul-africano do programa The Daily Show

Contando com a realização de Orlando von Einsiedel, o filme vai dar voz a alguns dos familiares e sobreviventes aos incêndios, entre eles, Nádia Piazza e Vítor Neves, que ainda vivem em Pedrógão Grande depois da tragédia. Recriando, por um lado, o incêndio mais fatídico em Portugal, a obra vai também apresentar uma descoberta científica revolucionária que tem como objectivo prevenir os efeitos da crise climática e, por consequência, evitar episódios como este. 

Na sua conta de Instagram, a jornalista Catarina Fernandes Martins agradece “eternamente” a Nádia Piazza e a Vítor Neves, mas também a Sofia Carmo e Sérgio Lourenço por terem participado e “confiarem corajosamente as suas histórias, por nunca desistirem e por canalizarem de forma construtiva a tragédia para as suas missões individuais e colectivas”. A jornalista confessa ainda: “Dois anos depois de entrarmos em campo pela primeira vez, ainda estou maravilhada com o facto de ter trabalhado com a equipa da Grain Media (Orlando von Einsiedel, Harri Grace, Helen Spooner, Franklin Dow, Irina Guimarães, Andy Hewitson), Thomas Crowther, Tiago Carrasco e Lynsey Addario. É o sonho de qualquer contador de histórias que se tornou realidade.”

“Enquanto pai de uma criança pequena, foi muito emocional fazer este filme. Testemunhar na primeira pessoa como é que a emergência climática está a destruir a vida de milhares, deixou uma marca em mim e forçou-me a reflectir sobre o mundo que estamos a construir. No entanto, foi também muito inspirador ver a resiliência de pessoas como Nádia Piazza e Vitor Neves, que reconstruíram as suas vidas depois de uma tragédia inimaginável e ao aprender sobre soluções ao desafio que é a crise climática”, comenta o realizador à Time. “Estou muito orgulhoso deste filme”, acrescenta. 

É também por essa razão que o documentário foi, pela primeira vez, exibido ao público durante a 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, a COP 26, que decorre até sexta-feira, em Glasgow, na Escócia. Deverá chegar a Portugal no próximo ano.

Não é a primeira vez que o actor Leonardo DiCaprio se envolve na causa ambiental, tendo já produzido e protagonizado, em 2016, o documentário Before the Flood, que também se centra nas alterações climáticas. Outro exemplo do seu envolvimento foi ter contribuído com 2,7 milhões de euros para a reconstrução do território florestal australiano, depois dos fogos de 2020.


Notícia actualizada às 18h39. Foram acrescentadas declarações da jornalista Catarina Fernandes Martins, que participou no documentário.