1963-O Jazz e a crítica branca, um dos ensaios de Música Negra, de LeRoi Jones

Uma reunião de ensaios, entrevistas e considerações pessoais sobre virtuosos músicos de jazz dos anos 1960 e consciência negra do poeta, dramaturgo, crítico de música, professor e activista político LeRoi Jones (mais tarde Amiri Baraka 1934-2014), com um prefácio de Kalaf Epalanga e desenhos de Francisco Vidal. O livro Música Negra chegou na terça-feira às livrarias numa edição da Orfeu Negro.

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O poeta e ensaísta Amiri Baraka fotografado em Detroit em 1981 Leni Sinclair/Getty Images

 Os críticos de jazz têm sido, na sua maioria, americanos brancos, mas os músicos mais importantes não. Para muitos tratar-se-á de uma realidade relativamente simples de compreender, ou pelo menos facilmente explicável no contexto da história social e cultural da sociedade americana. E o motivo por que se contam pelos dedos de uma mão os críticos ou cronistas negros no jazz é óbvio, se pensarmos que até há relativamente pouco tempo os negros que podiam ser críticos, vindos quase todos da classe média, pura e simplesmente não se interessavam pela música. Ou, pelo menos, só há pouco tempo é que o jazz perdeu algum do seu estigma entre os negros de classe média – embora não seja ainda, de forma alguma, tão popular como qualquer insípido produto musical aprovado pelo gosto da maioria branca.

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 Os críticos de jazz têm sido, na sua maioria, americanos brancos, mas os músicos mais importantes não. Para muitos tratar-se-á de uma realidade relativamente simples de compreender, ou pelo menos facilmente explicável no contexto da história social e cultural da sociedade americana. E o motivo por que se contam pelos dedos de uma mão os críticos ou cronistas negros no jazz é óbvio, se pensarmos que até há relativamente pouco tempo os negros que podiam ser críticos, vindos quase todos da classe média, pura e simplesmente não se interessavam pela música. Ou, pelo menos, só há pouco tempo é que o jazz perdeu algum do seu estigma entre os negros de classe média – embora não seja ainda, de forma alguma, tão popular como qualquer insípido produto musical aprovado pelo gosto da maioria branca.