Os filmes americanos “do lado de fora” que chegam finalmente a Portugal
Outsiders é um ciclo da FLAD que, de 30 de Novembro a 8 de Dezembro, traz ao São Jorge, em Lisboa, cinema independente americano que não teve estreia cá. O realizador Joe Swanberg virá apresentar dois filmes e dar uma masterclass.
Nem sempre chegam a Portugal filmes de vários nomes importantes do cinema independente americano. Alguns vão a festivais, outros têm estreia em sala, mas há muito que fica de fora. Alguns destes filmes, 14 longas e oito curtas-metragens, de nomes mais ou menos reconhecíveis por terem partido para outros voos ou ganho notoriedade, vão passar no Cinema São Jorge, em Lisboa. O ciclo Outsiders é uma iniciativa da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e decorre de 30 de Novembro a 8 de Dezembro.
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Nem sempre chegam a Portugal filmes de vários nomes importantes do cinema independente americano. Alguns vão a festivais, outros têm estreia em sala, mas há muito que fica de fora. Alguns destes filmes, 14 longas e oito curtas-metragens, de nomes mais ou menos reconhecíveis por terem partido para outros voos ou ganho notoriedade, vão passar no Cinema São Jorge, em Lisboa. O ciclo Outsiders é uma iniciativa da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e decorre de 30 de Novembro a 8 de Dezembro.
São filmes que vão de 2006 a 2020, com nomes como Joe Swanberg, os irmãos Josh e Benny Safdie, Greta Gerwig, Eliza Hittman, Amy Seimetz ou Khalik Allah. O filme de abertura é Tiny Furniture, de Lena Dunham, a criadora e protagonista de Girls, e o de encerramento é The Rider, de Chloé Zhao, oscarizada este ano com Melhor Realização por Nomadland. Nenhum dos filmes teve estreia comercial por cá e a esmagadora maioria é mostrada em sala pela primeira vez no nosso país. Alguns dos realizadores também nunca tiveram o seu trabalho a ser exibido em Portugal.
O próprio Joe Swanberg, um dos grandes nomes do chamado mumblecore, um movimento de meados da década de 2000 caracterizado por filmes naturalistas de baixo orçamento e diálogos muitas vezes improvisados, estará presente, tanto para apresentar dois filmes (é o único realizador com direito a mais do que uma longa), Nights and Weekends, co-realizado com Greta Gerwig, e All the Light in the Sky. Swanberg é também actor em Audrey the Trainwreck, de Frank V. Ross, outro filme do cartaz.
Aos Safdie foi dada carta branca e, de propósito para o ciclo, fizeram uma selecção especial das suas curtas-metragens, que vão de We’re Going to the Zoo, de 2006, a Goldman v. Silverman, com Adam Sandler, de 2020. Ainda que algumas estejam disponíveis gratuitamente na internet, nunca foram vistas assim. Outros realizadores representados são nomes como Rick Alverson, que poderá estar presente virtualmente para uma sessão de perguntas e respostas relativa a The Comedy, Patrick Wang, John Magary, Robert Greene, Bill Ross IV e Turner Ross, Peter Parlow e James N. Kienitz Wilkins.
Carlos Nogueira, o programador (e colaborador ocasional do PÚBLICO), explica, ao telefone, que o ciclo estava planeado para Maio do ano passado, mas a pandemia veio trocar as voltas à organização e houve sucessivos adiamentos (The Rider, por exemplo, já era o filme de encerramento muito antes de se falar em Nomadland para os Óscares). “Não vamos substituir os festivais que já existem, vamos trazer algo que complemente o que já há”, conta. Até porque muitos festivais têm, sublinha, quotas para cinema europeu, e acabam por não ter espaço para mais.
“Tem-se feito um trabalho de divulgação, mas é muito parcelar. Não é distracção dos festivais, é uma questão prática da impossibilidade de mostrar tudo o que se quer”, afirma. Menciona nomes que vão sendo seguidos por festivais como IndieLisboa ou LEFFEST, entre Alex Ross Perry, Andrew Bujalski, Bob Byington ou os próprios Safdie, que ganharam o grande prémio do IndieLisboa em 2010. “Muitas vezes, como no caso de Rick Alverson, são autores em que só se mostra um filme, que se calhar cai de pára-quedas nos festivais”, continua.
“A ideia foi pegar numa amostragem da diversidade destes cineastas independentes que surgem com o milénio. Todos os que são mostrados começaram depois de 2000. O mumblecore era um manancial muito interessante, mas concentrar demasiado nisso seria excessivo para uma primeira abordagem. Quem sabe numa segunda ou terceira…”, comenta. Queria “abranger um período temporal longo”, remata.