Livre apresenta-se às legislativas como “uma esquerda sem receios do compromisso e da governação”
O partido Livre iniciou esta segunda-feira o processo de primárias para definir os respectivos candidatos às eleições legislativas antecipadas de 30 de Janeiro.
O Livre vai apresentar-se às eleições legislativas antecipadas como “uma esquerda sem receios do compromisso e da governação” que procurará “acordos negociados para legislaturas completas”, segundo foi anunciado pelo partido.
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O Livre vai apresentar-se às eleições legislativas antecipadas como “uma esquerda sem receios do compromisso e da governação” que procurará “acordos negociados para legislaturas completas”, segundo foi anunciado pelo partido.
O partido da papoila abriu esta segunda-feira o processo de primárias para escolher os seus candidatos às eleições legislativas antecipadas, marcadas para 30 de Janeiro, tendo também agendado o seu XI Congresso para 11 e 12 de Dezembro.
“O Livre apresenta-se como uma esquerda sem receios do compromisso e da governação e que procurará sempre acordos negociados para legislaturas completas, que permitam a implementação das políticas transformadoras de que Portugal precisa urgentemente”, lê-se na mensagem política que acompanha o calendário das primárias.
O partido sustenta que as eleições legislativas antecipadas “acontecem num momento extremamente delicado para o país e num contexto exigente em que urge responder às devastadoras consequências da pandemia, proteger os mais afectados pela crise económica, agravada pela crise emergente de energia e matérias-primas, acudir a um Serviço Nacional de Saúde em pré-ruptura, enfrentar a crise ecológica e traçar uma estratégia de desenvolvimento inclusivo e sustentável no médio e longo prazos para Portugal. Esta exigência tem de ter uma resposta progressista à altura”.
O partido diz não desistir de “ser uma voz na Assembleia da República em defesa da justiça social e da justiça ambiental, da igualdade e dos direitos humanos e uma garantia de que o diálogo não morreu com esta crise política, que a esquerda não desiste de lutar por conquistas concretas e palpáveis para os portugueses e que existe uma visão de futuro que vai muito além da gestão do quotidiano”.
Vincando que não desiste de muitas das suas causas, entre elas o Novo Pacto Verde, a defesa do Serviço Nacional de Saúde ou os direitos humanos, o partido assume-se como “a esquerda que o país precisa no século XXI” e a esquerda “que não desiste”.
Nas últimas eleições legislativas, em 2019, o Livre elegeu pela primeira vez representação na Assembleia da República: a deputada Joacine Katar Moreira que, em Fevereiro de 2020, passou à condição de deputada não-inscrita, deixando de representar o partido depois de este lhe ter retirado a confiança política.
O partido da papoila é neste momento o único a utilizar o método das primárias na escolha dos seus representantes em cargos de eleição externa. Qualquer cidadão pode inscrever-se para concorrer ou para votar nas eleições primárias do Livre, desde que assine a carta de princípios deste partido.
O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas para 30 Janeiro de 2022 na sequência do “chumbo” do Orçamento do Estado do próximo ano, no Parlamento, em 27 de Outubro. O Orçamento teve apenas o voto favorável do PS e os votos contra das bancadas do PCP, BE e PEV, além dos deputados da direita, PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega. O PAN e as duas deputadas não-inscritas abstiveram-se.
A perda do apoio parlamentar no Orçamento do Estado de 2022 foi um dos motivos invocados por Marcelo Rebelo de Sousa para justificar a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições.
A Constituição determina que as legislativas antecipadas têm de se realizar nos 60 dias seguintes à dissolução do parlamento – que só poderá ser decretada, portanto, a partir de 1 de Dezembro.