C&A chegou a Portugal há 30 anos e revolucionou o consumo de moda entre os portugueses

Em 2021, a marca dos Países Baixos celebra 180 anos de história e três décadas em território nacional.

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A marca originária dos Países Baixos inaugurou a sua primeira loja em Cascais DR

A história remonta a 1841, quando dois irmãos — Clemens e August —, decidiram abrir um negócio de fabrico de linho e algodão em Sneek, uma pequena cidade do norte dos Países Baixos, com algum dinheiro emprestado pelo pai. As suas iniciais viriam a criar o nome da marca, que abriu a sua primeira loja em 1860. A C&A chegou Portugal em 1991, altura em que contribuiu para uma mudança da relação do consumidor com a moda, contribuindo para a sua democratização, graças aos preços baixos. 

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A história remonta a 1841, quando dois irmãos — Clemens e August —, decidiram abrir um negócio de fabrico de linho e algodão em Sneek, uma pequena cidade do norte dos Países Baixos, com algum dinheiro emprestado pelo pai. As suas iniciais viriam a criar o nome da marca, que abriu a sua primeira loja em 1860. A C&A chegou Portugal em 1991, altura em que contribuiu para uma mudança da relação do consumidor com a moda, contribuindo para a sua democratização, graças aos preços baixos. 

Mas voltando ao século XIX, então, a máquina de costura Singer chegava às fábricas e mudava para sempre o modo de fabrico das roupas. Pouco a pouco, os vestidos feitos à mão começaram a dar lugar às camisas e saias simples, produzidas em massa. Foi nesta área do pronto-a-vestir que a C&A ganhou força e foi pioneira em muitas áreas. Por exemplo, de acordo com a mesma, foi uma das primeiras a oferecer diferentes tamanhos, a introduzir as caixas registadoras mecânicas ou o conceito de self-service, contribuindo assim para a democratização do acesso à moda, permitindo que aqueles que até então encaravam o consumo de vestuário como um luxo o pudessem suportar, afirma Domingos Esteves, director-geral da C&A na Península Ibérica

A marca, que se foi espalhando por toda a Europa, em Portugal inaugura a sua primeira loja no Cascaishopping, um centro comercial em Cascais, em 1991. “A C&A chegou a Portugal há 30 anos, altura em que apenas existiam prontos-a-vestir com um leque de produtos naturalmente mais reduzido e um conceito de venda muito diferente”, recorda Domingos Esteves. “Com a chegada da nossa marca, os consumidores puderam encontrar um outro conceito de loja, roupa para toda a família, uma maior oferta de produtos, uma dinâmica comercial e diferentes promoções que fazem da nossa estratégia assente na oferta da melhor qualidade ao melhor preço”, acrescenta ao PÚBLICO. 

Contudo, salvaguarda o responsável, a marca pode ter trazido mudanças na forma como os portugueses consumem, mas também procurou adaptar-se às suas necessidades. “Continuamos a estar muitos atentos às mudanças que nos são exigidas”, diz. Um exemplo disso foi o lançamento recente de uma colecção unissexo, em que o género é neutro; ou do primeiro sutiã para mulheres que tenham feito uma mastectomia

A sustentabilidade é também uma outra causa que é cada vez mais valorizada pelo cliente dos dias de hoje, sobretudo depois da crise pandémica, nota o responsável pela marca. Contudo, essa é uma preocupação desde 2004, altura em que se introduziu o algodão orgânico nas colecções, sendo ainda hoje uma das fibras com mais representação nos produtos à venda. Além disso, Domingos Esteves realça que a marca foi, em 2018, o primeiro distribuidor de moda com o certificado Cradle to Cradle, garantindo que os artigos cumprem exigentes padrões sociais e são produzidos de forma segura, reciclável e sem químicos. “Hoje já 68% das matérias-primas usadas nas nossas colecções são resultantes de matérias e processos mais sustentáveis”, acrescenta. 

No ano seguinte, a C&A conseguiu reduzir as emissões poluentes, bem como tornar as lojas de Portugal e Espanha neutras em termos de pegada ecológica carbónica, ao compensar todos os gases emitidos por estas com projectos de reflorestação, que estão a ser postos em prática desde 2020. Mas, “pretendemos chegar ainda mais longe”, sublinha Domingos Esteves. E para o futuro já está planeada a aquisição de 100% das matérias-primas de forma sustentável; a substituição de 50% dos plásticos descartáveis das lojas e entregas online; e a redução em 30% dos gases de estufa. Tudo isto em menos de dez anos, promete. 

Agora, com mais de 30 lojas em Portugal, o responsável classifica estas três décadas como “incríveis” e “repletas de histórias”, salientando ainda o sentimento de missão cumprida. “Sentimo-nos muito orgulhosos quando, por vezes, escutamos comentários como ‘as primeiras roupas do nosso bebé foram compradas na C&A’ ou ‘este casaco comprei-o na C&A há mais de 20 anos’”, conta Domingos Esteves. O maior orgulho é “poder oferecer aos nossos clientes uma moda diversificada para todos os corpos, estilos e tamanhos, com a qual não só se podem vestir bem, mas sobretudo, sentir-se bem”. 


Texto editado por Bárbara Wong