Nova ferramenta para prever risco de metásteses em doentes com cancro da mama
Projecto, intitulado Secretoma Tumoral, vai usar organóides de tumores da mama, criados a partir de amostras de doentes oncológicos, e criar uma ferramenta clínica inovadora para a gestão da doença metastática.
Cientistas do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto vão desenvolver uma ferramenta “inovadora” para identificar biomarcadores que permitam prever precocemente o risco de desenvolvimento de metástases em doentes com cancro da mama. Em comunicado, o instituto da Universidade do Porto revela esta segunda-feira que o projecto, intitulado Secretoma Tumoral, visa conseguir “prever precocemente o risco de desenvolvimento de metástases, para controlar melhor a doença e encontrar terapias personalizadas”.
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Cientistas do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto vão desenvolver uma ferramenta “inovadora” para identificar biomarcadores que permitam prever precocemente o risco de desenvolvimento de metástases em doentes com cancro da mama. Em comunicado, o instituto da Universidade do Porto revela esta segunda-feira que o projecto, intitulado Secretoma Tumoral, visa conseguir “prever precocemente o risco de desenvolvimento de metástases, para controlar melhor a doença e encontrar terapias personalizadas”.
Liderado pela investigadora Ana Sofia Ribeiro, o projecto conquistou o Prémio de Investigação Liga Inovação, promovido pelo Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro, em colaboração com a Bioportugal, no valor de cinco mil euros. “Existe uma necessidade clínica urgente de prever o risco e o local de metastização em doentes oncológicos, visto que o desenvolvimento da doença metastática contribui substancialmente para uma maior taxa de mortalidade”, observa o i3S.
Nos últimos dois anos, os investigadores do grupo “Cancer Metastasis” do i3S, tem-se debruçado na análise do secretoma (tudo o que é libertado pelas células para o sangue) das células tumorais para identificar, de forma precoce, “doentes com maior probabilidade de desenvolverem cancro de mama metastático”. Citada no comunicado, a investigadora Ana Sofia Ribeiro salienta que foi verificada a existência de uma “grande falta de modelos/ferramentas experimentais para estudar o secretoma tumoral”, sendo o principal objectivo deste projecto o desenvolvimento de uma “plataforma de secretoma tumoral de doentes oncológicos”.
“Para isso vamos utilizar organóides de tumores da mama, criados a partir de amostras de doentes oncológicos, e criar uma ferramenta clínica inovadora para a gestão da doença metastática”, esclarece.
De acordo com a investigadora, os organóides tumorais permitem mimetizar as características do tumor e “representam um excelente modelo pré-clínico”, ainda que nunca tenha sido explorado o uso do secretoma tumoral.
“Até à data nunca foi explorado o uso do secretoma tumoral, obtido de a partir destes organóides tumorais, para identificar biomarcadores de prognóstico e preditivos da doença metastática. É precisamente isso que pretendemos desenvolver com este projecto”, refere, acrescentando que a abordagem constituirá um “recurso a longo prazo” para a investigação básica e clínica.
O intuito do projecto, resultado da cooperação entre o i3S e o IPO-Porto no âmbito do Porto Comprenhensive Cancer Center, é “abrir caminho” para a definição de terapêuticas dirigidas e com “maior potencial” de controlo clínico da doença.