Primeiro-ministro iraquiano escapa ileso de ataque de três drones armadilhados
Dois dos três drones foram abatidos em voo. O terceiro explodiu contra a casa e feriu dois dos guarda-costas do primeiro-ministro. Ataque não foi reivindicado até ao momento.
O primeiro-ministro iraquiano escapou ileso, este domingo, de um ataque à sua residência no centro de Bagdade com “três drones, dois dos quais foram abatidos” pelo destacamento de segurança de Mustafa al-Khadhimi, disseram duas fontes de segurança.
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O primeiro-ministro iraquiano escapou ileso, este domingo, de um ataque à sua residência no centro de Bagdade com “três drones, dois dos quais foram abatidos” pelo destacamento de segurança de Mustafa al-Khadhimi, disseram duas fontes de segurança.
A Célula de Informação de Segurança, citada pela agência noticiosa oficial iraquiana, INA, começou por avançar que tinha havido “uma tentativa falhada de assassinato do primeiro-ministro, o Comandante Supremo das Forças Armadas, por um drone com explosivos, lançado na sua residência na Zona Verde em Bagdad”. Al-Khadhimi “não foi ferido e está de boa saúde”, acrescentou.
Os três drones "foram lançados de um local perto da Ponte da República”, na margem oriental do rio Tigre, antes de se dirigirem para a Zona Verde na margem ocidental, onde se situa a residência do primeiro-ministro, adiantou uma das fontes.
“Dois drones foram abatidos” em voo, segundo um funcionário, que pediu para não ser identificado, acrescentando que o terceiro explodiu contra a casa, ferindo dois dos guarda-costas do primeiro-ministro. Até ao momento o ataque não foi reivindicado.
A fonte da segurança disse que as baterias de defesa C-RAM da embaixada dos EUA, também localizadas na Zona Verde, “não tinham entrado em acção”, mas sem conseguir explicar porquê.
O próprio primeiro-ministro confirmou na sua conta do Twitter que está bem e apelou à população para permanecer calma face à tentativa de assassínio.
“Estou bem, louvo a Deus, entre o meu povo, e peço calma e moderação a todos, para o bem do Iraque”, escreveu.
Os Estados Unidos já reagiram ao ataque, através do porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price: “Estamos aliviados por saber que o primeiro-ministro não está ferido. Este aparente acto de terrorismo, que condenamos veementemente, visava o coração do Estado iraquiano”, frisou, numa declaração.
Os Estados Unidos, garantiu, já ofereceram ajuda na investigação deste ataque e estão em “contacto próximo com as forças de segurança iraquianas encarregadas de defender a soberania e independência do Iraque”.
A Zona Verde, onde a residência do primeiro-ministro foi atacada esta madrugada, é uma área fortificada no centro de Bagdad, onde estão também uma série de edifícios governamentais e embaixadas estrangeiras.
Este ataque surge num momento de tensão no Iraque, após confrontos violentos entre manifestantes e polícias durante um protesto na passada sexta-feira em Bagdad, em frente da própria Zona Verde, contra os resultados das eleições legislativas de 10 de Outubro.
Os confrontos causaram duas mortes e mais de uma centena de feridos, muitos deles polícias.
Vários partidos iraquianos consideram os resultados eleitorais oficiais fraudulentos, especialmente os que representam as milícias que compõem a Multidão Popular, na sua maioria xiitas e pró-iranianos, pois sofreram uma grande perda de votos em comparação com as eleições de 2018.
Os seus apoiantes mantêm um campo de protesto em frente à Zona Verde há quase duas semanas.
Além disso, a área tem sido alvo de uma série de ataques com rockets nos últimos dois anos, visando principalmente a embaixada dos EUA, na sequência do assassínio do poderoso comandante iraniano Qasem Soleimani, em Janeiro de 2020, que foi morto num bombardeamento norte-americano em Bagdad.