O Benfica “dançou” sozinho, o Sp. Braga viu da plateia
O Sp. Braga serviu de “salva-vidas” e a sequência negativa do Benfica, que poderia ganhar contornos de “crise”, foi interrompida por um desempenho colectivo e individual tremendo.
Jorge Jesus tinha previsto um jogo equilibrado e de grande qualidade entre Benfica e Sporting de Braga, mas os “encarnados” tiveram de dançar sozinhos, neste domingo, com os minhotos a assistirem na plateia. E este Benfica, em aflição recente, voltou aos triunfos na I Liga, “atropelando” por 6-1 um Sporting de Braga que estava em claro crescimento nos resultados e no nível de jogo.
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Jorge Jesus tinha previsto um jogo equilibrado e de grande qualidade entre Benfica e Sporting de Braga, mas os “encarnados” tiveram de dançar sozinhos, neste domingo, com os minhotos a assistirem na plateia. E este Benfica, em aflição recente, voltou aos triunfos na I Liga, “atropelando” por 6-1 um Sporting de Braga que estava em claro crescimento nos resultados e no nível de jogo.
O Sp. Braga serviu assim de “salva-vidas” e a sequência negativa do Benfica, que poderia ganhar contornos de “crise de resultados”, foi interrompida por um desempenho colectivo e individual tremendo. E dará maior tranquilidade a Jorge Jesus para trabalhar durante a paragem para as selecções nacionais.
Com este resultado, o Benfica não deixa escapar FC Porto e Sporting no topo da I Liga, uma semana depois de ter “oferecido” o trono aos dois rivais. Já os minhotos mantêm o quinto lugar, com 19 pontos, a nove do Benfica e dez do FC Porto e do Sporting. E, mais do que isso, “esvaziam um balão” que vinham a construir nas últimas semanas, com um autêntico “atropelo” em Lisboa.
Para este jogo, Jorge Jesus recuperou o 3x4x3 mais utilizado nesta temporada, abdicando, sem Yaremchuk, do 3x5x2 que levou ao empate no Estoril. Do outro lado, o Sp. Braga tinha um sistema semelhante, mas com a habitual dinâmica criada entre Sequeira e Galeno, com o português a ser terceiro central sem bola e lateral em posse.
Esta dinâmica tem a vantagem de dar um jogador extra a defender, quando Galeno fecha o corredor, e um extra a atacar, quando Sequeira sobe. Por outro lado, tem a desvantagem de se o jogo adversário for para ali torna-se uma dinâmica difícil de trabalhar, pela permanente indefinição na posição de Sequeira e Galeno, que têm de ler o jogo a perfeição. Mas não leram.
Aos 2’, Galeno não estava no corredor e o Benfica atraiu Sequeira, antes de lhe colocar uma bola nas costas. Aí, Darwin correu pela direita, obrigando Diogo Leite a sair no portador da bola, Paulo Oliveira a marcar Rafa e Fabiano ficou com dois jogadores: Everton, que seria de Oliveira, e Grimaldo, que seria o “seu” jogador.
Resultado: cruzamento de Darwin e cabeceamento de Grimaldo, totalmente sozinho – ficou patente a importância de os laterais se envolverem no processo ofensivo, algo que por vezes falta aos laterais do Benfica.
Aos 38’, Gilberto fez o mesmo do lado oposto. Envolveu-se na área e obrigou Sequeira a marcar demasiado por dentro. O remate de Grimaldo deu defesa de Matheus e recarga de Darwin, também sem marcação.
Antes disto já o Sp. Braga tinha feito o empate, com um golo de Ricardo Horta. Otamendi saiu da posição e os minhotos colocaram a bola precisamente na zona deixada livre pelo argentino. Sempre sagaz a ler o jogo, Horta explorou esse espaço, isolou-se e rematou cruzado.
A equipa de Carlos Carvalhal teve a ousadia de levar o jogo para o plano da vertigem que tanto convém ao Benfica de Rafa e Darwin. O problema é que se a primeira linha de pressão era ultrapassada, ainda por cima várias vezes com referências individuais de marcação, o bloco desmoronava-se.
Foi assim aos 42’, quando Everton se libertou e pôde soltar Rafa, que “deitou” Diogo Leite e bateu Matheus. E foi novamente assim aos 48’, quando Sequeira ficou caído e também isso prejudicou todas as referências de marcação. E foi outra vez Rafa a definir com qualidade e bisar na partida, fechando o 4-1 antes do intervalo.
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Pouco depois do descanso, novamente numa transição, foi a vez de Everton poder correr, receber, enquadrar-se, driblar e rematar. Num golo semelhante ao primeiro de Rafa, o brasileiro juntou um golo às duas assistências que já tinha feito para o português.
Aos 60’, um cruzamento aparentemente inofensivo de Darwin foi defendido de forma incompetente por Francisco Moura. Everton estava ao segundo poste e finalizou a preceito.
Para os minhotos, restava “fechar a loja”, que é como quem diz estabilizar defensivamente, baixar o bloco e minimizar o estrago, tentando evitar um resultado ainda mais embaraçoso. O Benfica aceitou o repto e a partida caminhou até ao final parca em motivos de interesse.
Nota final para as lesões de João Mário e Lucas Veríssimo, no Benfica, e Sequeira, no Sp. Braga. Estes dois últimos parecem ter contraído lesões com alguma gravidade.