Levar o carro para os Aliados? Até 2024 talvez seja melhor não pensar nisso

Metro do Porto definiu uma metodologia de obra, na Linha Rosa, que permite devolver a superfície à cidade enquanto os trabalhos prosseguem no subsolo. Mas os constrangimentos são grandes.

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A Rua dos Clérigos vai ser cortada por 13 meses já a partir de 10 de Novembro Paulo Pimenta

Se está a pensar usar o carro em percursos na zona baixa da Avenida dos Aliados, no Porto, talvez seja melhor avaliar as alternativas... até 2024. A Metro do Porto fecha a 10 de Novembro a Rua dos Clérigos por 13 meses, limitando também a utilidade da Rua do Almada enquanto via de atravessamento de tráfego automóvel, para prosseguir as obras da Linha Rosa. A empresa mostrou esta sexta-feira à comunicação social os trabalhos em curso no fundo da Praça da Liberdade, uma área nobre da cidade que vai ter uma acessibilidade muito condicionada mas que a Metro promete tentar devolver à normalidade bem antes do fim da empreitada, previsto para o final de 2024.

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Se está a pensar usar o carro em percursos na zona baixa da Avenida dos Aliados, no Porto, talvez seja melhor avaliar as alternativas... até 2024. A Metro do Porto fecha a 10 de Novembro a Rua dos Clérigos por 13 meses, limitando também a utilidade da Rua do Almada enquanto via de atravessamento de tráfego automóvel, para prosseguir as obras da Linha Rosa. A empresa mostrou esta sexta-feira à comunicação social os trabalhos em curso no fundo da Praça da Liberdade, uma área nobre da cidade que vai ter uma acessibilidade muito condicionada mas que a Metro promete tentar devolver à normalidade bem antes do fim da empreitada, previsto para o final de 2024.

O presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, assumiu mesmo que a empresa combinou com o consórcio construtor e com o município uma metodologia de obra que, saindo mais cara, vai permitir minimizar o respectivo impacto à superfície naquela que é a sala de visitas da cidade. As máquinas vão avançar para o subsolo para construção da estação Aliados-São Bento e, mal seja possível, o espaço será recoberto para que toda a circulação pedonal e automóvel na parte mais baixa da praça seja retomada.

Para já, sob o olhar atento de D. Pedro V e do seu cavalo, a praça está a ser esburacada para, num primeiro momento, realizar o desvio do rio da Vila e de outras linhas de águas pluviais que ali confluem, que passarão a circular num túnel de 4 metros de diâmetro, a 20 metros de profundidade. Este novo canal subterrâneo será levado, no âmbito desta mesma empreitada, até ao largo de São Domingos, bem longe da linha de metro, numa obra que assegura a protecção da nova estação em dias de enxurrada, mas que será sobretudo importante para a cidade, assinalou Tiago Braga. 

A estação está localizada numa zona baixa de um praça com uma pendente considerável, o que obriga a cuidados acrescidos. Por isso a Metro investe seis milhões de euros só para esta intervenção, com modelação feita pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, para um regime de chuvas próprio dos novos tempos (e dos que por aí virão). A nova galeria tem dimensão para ser visitável, até para efeitos de manutenção, e ficará uns cinco metros abaixo da linha de metro. 

O estaleiro já está a condicionar a mobilidade em automóvel na zona, onde será sempre mantida pelo menos uma faixa de circulação entre a quota mais baixa - a da Rua Mouzinho da Silveira - e os Aliados, com prioridade para o transporte público, assinalou a vereadora da mobilidade do município, Cristina Pimentel. Mas a partir de 10 de Novembro, a Rua dos Clérigos vai ser cortada por 13 meses (inutilizando também a saída da rua do Almada). Ou seja, levar o carro para esta zona da cidade vai ser uma dor de cabeça e o aconselhável é que, quem possa, veja as alternativas em autocarros da STCP, que estão com reforço de oferta, e na própria rede de metro.

Para além da estação, a Metro vai construir também um dos acessos à mesma a partir do largo dos Lóios. Depois, o incómodo passará mais para a zona fronteira ao Palácio das Cardosas, onde também haverá escadarias e elevadores, e, numa fase final, as máquinas e os tapumes estarão mais concentrados na Praça Almeida Garrett, em frente a São Bento. Para assegurar a ligação subterrânea entre as duas estações: a da Linha Amarela, que ali funciona, e a da futura Linha Rosa. 

Mais acima na praça está a ser montada a tradicional árvore de Natal. Os Aliados costumam ser o palco de várias iniciativas nesta fase do ano, mas o reveillon que, se a covid-19 o permitir, estará de regresso à rua este ano depois de uma pausa por causa da pandemia, poderá ter de mudar de figurino tendo em conta que a obra ocupa um terço de todo aquele espaço público. 

A obra tem no entanto várias frentes, todas com impacto na circulação de pessoas e automóveis. Para além da zona do Jardim do Carregal e do Jardim de Sofia (no cruzamento entre Júlio Dinis e Campo Alegre), a obra também afecta a Avenida de França, que foi fechada no troço entre a rotunda da Boavista e a estação da Casa da Música e substituída, temporariamente, por um novo arruamento, que usa terrenos à espera de um futuro shopping, o El Corte Inglês, para minimizar este outro corte.