Rio pede ao PSD que pondere “muito bem” directas porque agora crise política “é real”

O Presidente do PSD quer alterar a data das eleições directas para depois das legislativas. O candidato Paulo Rangel deseja que elas se realizem na data marcada, a 4 de Dezembro.

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Rui Rio lembra que agora a crise política já não é um cenário LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Rui Rio afirmou nesta quinta-feira que vai pedir aos membros do conselho nacional do PSD, que se reúne na tarde de sábado, que “ponderem muito bem as decisões” que forem chamados a tomar. Embora não o tenha dito directamente, referia-se à possibilidade da alteração da data das eleições directas do partido, que deseja que não se realizem a 4 de Dezembro, mas sim depois da realização das legislativas.

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Rui Rio afirmou nesta quinta-feira que vai pedir aos membros do conselho nacional do PSD, que se reúne na tarde de sábado, que “ponderem muito bem as decisões” que forem chamados a tomar. Embora não o tenha dito directamente, referia-se à possibilidade da alteração da data das eleições directas do partido, que deseja que não se realizem a 4 de Dezembro, mas sim depois da realização das legislativas.

“O conselho nacional foi convocado a pedido, não exactamente do dr. Paulo Rangel, mas com o apoio do dr. Paulo Rangel, por pessoas que o apoiam. (…) Vou ao conselho nacional fazer uma análise da situação e dizer o que entendo. E o que entendo é que o conselho nacional deve ponderar muito bem aquilo que está a fazer. (…) Espero que haja equilíbrio e bom senso”, afirmou Rio aos jornalistas na Assembleia da República.

Questionado se este conselho pode ter um desfecho igual ao último, em que foi recusada uma proposta para o adiamento das eleições do partido, o líder diz não saber. “Da outra vez não acreditaram num cenário que eu estava a dar como provável, que era o de haver uma crise política e eleições antecipadas. Agora não há cenário nenhum, o problema está à vista, é real. Só não sabemos uma coisa, que é a data”, acrescentou, afirmando que não manda, nem controla o conselho nacional.

Sobre as críticas de Paulo Rangel, que o acusou de atacar o Presidente da República, Riu recusou responder: “Respondia com a maior das simplicidades, mas não é verdade. Mas é por isso que eu tenho posto à reflexão dos portugueses, e em particular dos militantes do PSD, se nós podemos ter eleições internas ao mesmo tempo que legislativas”.

Para o presidente do PSD, esta não é a altura para haver troca de críticas no seio do partido: “Ele atacou-me, porque estamos em eleições internas, e agora atacava-o eu a ele e vamos andar nisto numa campanha eleitoral até Dezembro. Ele diz e eu respondo, ele diz e eu respondo. Portanto o dr. António Costa, alegremente, vai fazendo a sua campanha, os outros partidos, alegremente, vão fazendo a sua campanha. E nós, o dr. Paulo Rangel ataca-me e eu ataco-o a ele e vamos andar nisto assim”, referiu.

A cerca de três horas do Presidente da República anunciar a data para as eleições legislativas, Riu insistiu em que estas se realizem “o mais cedo possível”, voltando a defender que o desejável é que se realizem até ao dia 16 de Janeiro.