Escultura de São Sebastião encontrada enterrada em capela de Celorico da Beira
A descoberta fez-se durante a realização de obras na capela, no local onde assenta o altar de pedra.
Uma escultura representativa de São Sebastião, datada dos séculos XV-XVI, foi encontrada enterrada no interior da capela de São Brás, em Vale de Azares, no concelho de Celorico da Beira, anunciou nesta quinta-feira a diocese da Guarda.
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Uma escultura representativa de São Sebastião, datada dos séculos XV-XVI, foi encontrada enterrada no interior da capela de São Brás, em Vale de Azares, no concelho de Celorico da Beira, anunciou nesta quinta-feira a diocese da Guarda.
A diocese refere em comunicado que a escultura, de calcário, foi encontrada durante a realização de obras na capela, iniciadas no dia 12 de Outubro com a desmontagem do retábulo do altar, com a finalidade de ser conservado e restaurado.
“Posteriormente, no decurso dos trabalhos, foi encontrada enterrada, no local onde assenta o altar de pedra e sobre este o retábulo em madeira, uma escultura de calcário, datada do século XV-XVI”, adianta a fonte.
Segundo Joana Pereira, do Departamento do Património, Cultura, Bens Culturais e Turismo da Comissão de Inventariação e Museologia da Diocese da Guarda, a escultura “encontra-se incompleta e partida em três partes (...) e chegou até aos nossos dias devido ao material em que foi realizada (calcário frequentemente denominado pedra de Ançã) e que foi abundantemente utilizado pelos artistas” no decurso dos séculos XV e XVI.
“Ainda que lhe faltem os braços e parte das pernas, não existem dúvidas que se trata de uma imagem de São Sebastião, surgindo de corpo seminu, no conhecido episódio da sagitação”, explica a responsável, citada na nota.
Joana Pereira acrescenta que o escultor retratou São Sebastião “enquanto jovem, com as mãos atrás das costas, com o corpo coberto apenas por um pequeno calção ajustado no baixo-ventre por um laço - o “lac d'amour” que une simbolicamente o homem a Deus - deixando o tronco e as pernas nuas e livres para a ostentação das marcas simbólicas do martírio”.
“A consulta à Memória Paroquial indica-nos que a capela de São Brás já se encontrava erigida em 1758 e o arrolamento dos bens culturais da igreja da Freguesia de Vale de Azares, realizado em 1912, revela-nos a existência de uma imagem de São Sebastião naquele edifício religioso”, acrescenta.
Joana Pereira indica, também, que, em 2008, no âmbito do Projecto de Inventário do Património, móvel e imóvel da Diocese da Guarda “foi inventariada a imagem de São Sebastião (final do século XVIII)”.
“A análise à documentação permite-nos concluir que muito provavelmente aquando da realização do retábulo, no século XVIII, a imagem de São Sebastião agora descoberta terá sido enterrada e substituída pela actual”, conclui.
A diocese da Guarda lembra na nota que a igreja paroquial da Freguesia de Vale de Azares (Celorico da Beira) “preserva também um belíssimo altar, datado do século XVI, realizado no mesmo material [da estátua agora encontrada], recentemente conservado e restaurado”.
“Agora, para além do retábulo, também a escultura de São Sebastião será inventariada, conservada, restaurada e dada a conhecer à comunidade, sensibilizando a paróquia para a importância do seu património religioso”, conclui.