Candidatura de Nuno Melo acusa direcção de querer “desviar as atenções”

O congresso electivo do CDS-PP estava agendado para os dias 27 e 28 de Novembro, em Lamego, mas foi adiado para depois das eleições legislativas pelo Conselho Nacional, por proposta de Rodrigues dos Santos.

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Nuno Melo mantém a candidatura, mesmo com a corrida interna adiada para depois das legislativas Paulo Pimenta

A candidatura de Nuno Melo acusou esta quarta-feira a direcção do CDS-PP de querer “desviar as atenções” e “desvalorizar” a impugnação, por parte do Conselho Nacional de Jurisdição, da reunião em que foi decido adiar o congresso. “Querer estar a desvalorizar uma decisão do tribunal do partido não faz sentido rigorosamente nenhum, é desviar as atenções”, afirmou o deputado Pedro Morais Soares em declarações à agência Lusa.

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A candidatura de Nuno Melo acusou esta quarta-feira a direcção do CDS-PP de querer “desviar as atenções” e “desvalorizar” a impugnação, por parte do Conselho Nacional de Jurisdição, da reunião em que foi decido adiar o congresso. “Querer estar a desvalorizar uma decisão do tribunal do partido não faz sentido rigorosamente nenhum, é desviar as atenções”, afirmou o deputado Pedro Morais Soares em declarações à agência Lusa.

O apoiante de Nuno Melo na corrida à liderança do partido comentava as declarações do presidente do CDS-PP que, na terça-feira, disse que, apesar de os membros do Conselho de Jurisdição Nacional não poderem “ser titulares de órgãos executivos nem de mesas da assembleia”, dois dos membros “que votaram a favor”, um “é membro de uma assembleia de militantes em Oeiras e a outra é membro da distrital de Braga”, liderada por Nuno Melo. Francisco Rodrigues dos Santos considerou também haver “vontade política” por trás da decisão.

De acordo com os estatutos do CDS-PP, disponíveis no site do partido, “os membros do Conselho Nacional de Jurisdição não integram qualquer outro órgão”, à “excepção do congresso, mas poderão assistir às reuniões de todos os órgãos com excepção da Comissão Executiva”.

À Lusa, Pedro Morais Soares salientou que o Conselho Nacional de Jurisdição “é um órgão colegial eleito em congresso” e que a lista afecta a Francisco Rodrigues dos Santos “elegeu quatro” dos sete membros, tendo maioria, enquanto a lista apresentada por João Almeida “elegeu três”.

A “decisão de declarar nula a convocatória do Conselho Nacional” foi tomada “por um órgão colegial e apesar da maioria do presidente do partido”, argumentou. Apontando que “os membros eleitos têm de cumprir com os estatutos do partido”, o deputado salientou que não lhe “passa pela cabeça” que não o façam e que “não cumpram com a lei”. Por isso, defendeu Pedro Morais Soares, “não faz qualquer sentido as declarações que foram feitas pelo presidente do partido”.

E afirmou que entre os membros eleitos na lista do presidente do partido, João Paulo Carvalho é “funcionário do partido” e “membro da comissão política regional do CDS/Açores” e “Miguel Alvim escreve constantemente artigos de opinião de apoio ao Francisco Rodrigues dos Santos e muitas vezes tem vindo a criticar o candidato Nuno Melo”.

O congresso electivo do CDS-PP estava agendado para os dias 27 e 28 de Novembro, em Lamego, mas foi adiado para depois das eleições legislativas pelo Conselho Nacional, por proposta do líder centrista. Esta decisão gerou polémica dentro do partido e levou à desfiliação de antigos dirigentes nacionais. Após uma impugnação por parte do eurodeputado Nuno Melo, o Conselho Nacional de Jurisdição do CDS-PP considerou “nula e sem qualquer efeito a convocatória” da reunião de sexta-feira do órgão máximo do partido entre congressos, mas a direcção não aceita e alega que a reunião foi legal.