Advogado de Britney Spears quer que o pai da cantora apresente contas da curadoria
O que foi feito ao dinheiro de Britney Spears? Eis a pergunta de vários milhões que o advogado da artista quer ver respondida sob juramento.
O advogado de Britney Spears, Mathew Rosengart, o primeiro escolhido pela artista desde que um tribunal a colocou sob a supervisão de terceiros, em 2008, pediu, segundo a Reuters, para interrogar o pai da cantora sob juramento acerca das finanças da curadoria na audiência agendada para a próxima semana. O advogado pretende ver esclarecido onde foi gasto o dinheiro ao longo dos últimos 13 anos.
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O advogado de Britney Spears, Mathew Rosengart, o primeiro escolhido pela artista desde que um tribunal a colocou sob a supervisão de terceiros, em 2008, pediu, segundo a Reuters, para interrogar o pai da cantora sob juramento acerca das finanças da curadoria na audiência agendada para a próxima semana. O advogado pretende ver esclarecido onde foi gasto o dinheiro ao longo dos últimos 13 anos.
Além disso, Rosengart quer que Jamie Spears apresente respostas escritas e forneça documentos sobre as despesas. Paralelamente, avança a mesma agência noticiosa, o causídico quer que o progenitor esclareça as revelações feitas num documentário sobre o facto de ter contratado uma empresa de segurança para vigiar o telefone de Britney Spears e de que terá colocado um dispositivo de escuta no quarto da artista.
Depois de ter tido um colapso que levou a um internamento compulsivo, Britney Spears passou a viver sob uma tutela aprovada por tribunal, que o seu pai assumiu em 2008, tanto no papel de tutor — sendo responsável pela sua vida pessoal e decisões médicas (cargo que abandonou por problemas de saúde, deixando a agente Jodi Montgomery temporariamente nesse papel) — como de curador da fortuna, primeiro em conjunto com o advogado Andrew Wallet e, depois de 2019, sozinho e à frente de um património avaliado em 60 milhões de dólares (51,8 milhões de euros).
Até que, no início deste ano, a estreia do documentário Framing Britney Spears, do New York Times, que a cantora condenou, veio despertar o interesse sobre o caso e dar uma nova perspectiva sobre toda a situação, levando a que o movimento viral #FreeBritney, com fãs que acreditam que a estrela estava na situação contra a sua vontade, crescesse. Isto, apesar de a cantora ter, meses antes, garantido estar bem.
O caso acabou por ganhar um novo impulso depois de Britney Spears ter feito uma declaração ao tribunal: “Tenho de me livrar do meu pai e acusá-lo de abuso”, disse a cantora, dirigindo-se à juíza Brenda Penny, do Supremo Tribunal de Los Angeles. Já após esse momento, a artista informou que não voltaria a actuar enquanto o pai estivesse a gerir os seus bens. Paralelamente, o tribunal concordou que Britney Spears tinha direito a escolher o seu próprio advogado, depois de o advogado oficioso se ter afastado. E uma das primeiras acções do advogado escolhido passou por dar entrada a um pedido para dar como terminada a tutela a que Britney Spears está sujeita há 13 anos.
Mas, ainda antes da decisão do tribunal de afastar Jamie Spears do papel de curador, o pai veio a público manifestar que apoiava o fim da tutela. Uma inversão de posição que Rosengart argumenta poder estar relacionada com uma vontade de evitar qualquer inquérito sobre as suas acções. Assim, nos papéis apresentados em tribunal na semana passada, o advogado pediu que Jamie Spears apresentasse quaisquer documentos, incluindo e-mails e mensagens de texto, sobre as finanças da cantora e sobre as alegações do documentário do New York Times. Rosengart requereu ainda que Jamie Spears prestasse o seu depoimento sob juramento.
De acordo com a imprensa, o pai recebia um salário de 16 mil dólares mensais (mais de 13.800€) para tomar conta da fortuna da cantora. No início de Agosto, veio a público dizer que aceitava deixar o cargo de tutor da filha, exigindo uma compensação de quase dois milhões de dólares (1,73 milhões de euros) para pagar as despesas com advogados e assessores. Na altura, Mathew Rosengart considerou que “a tentativa de Jamie Spears de regatear a sua suspensão e remoção do processo em troca de cerca de aproximadamente dois milhões de dólares em pagamentos, depois do restante dinheiro que já retirou não deve ser tida em conta”, acrescentando ainda que “Britney Spears não vai ser extorquida”.
Além disso, a evolução da fortuna de Britney Spears ao longo dos anos levanta algumas suspeitas quando comparada com outras artistas de primeira linha. Em 2002, a cantora de Toxic era, segundo a Forbes, a celebridade mais poderosa do mundo, com um rendimento estimado de 40 milhões de dólares antes de impostos. Ou seja, em termos de rendimentos e poder, ela estava à frente das suas contemporâneas Jessica Simpson e Jennifer Lopez. Hoje, Britney Spears continua à frente de ambas no que diz respeito ao número de bilhetes para concertos e álbuns vendidos. Mas, o património líquido transparece o contrário: Spears apresenta uma fortuna estimada de 60 milhões de dólares, enquanto Jessica Simpson e Jennifer Lopez somam mais 100 milhões de dólares cada.