Electrificação da linha do Sotavento algarvio avança ainda este ano

Auto de consignação da empreitada é assinado na terça-feira em Vila Real de Sto. António com a presença do ministro das Infra-Estruturas, Pedro Nuno Santos. Empreitada de 20 milhões de euros terá a duração de 23 meses.

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Nuno Ferreira Santos

A Infra-Estruturas de Portugal (IP) vai avançar com a electrificação da linha do Algarve entre Faro e Vila Real de Santo António, numa extensão de 56 quilómetros. Trata-se de um investimento de 20,4 milhões de euros, cujo auto de consignação terá lugar na terça-feira na estação de caminhos-de-ferro daquela cidade, com a presença do ministro das Infra-Estruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos. A cerimónia está marcada para as 11h.

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A Infra-Estruturas de Portugal (IP) vai avançar com a electrificação da linha do Algarve entre Faro e Vila Real de Santo António, numa extensão de 56 quilómetros. Trata-se de um investimento de 20,4 milhões de euros, cujo auto de consignação terá lugar na terça-feira na estação de caminhos-de-ferro daquela cidade, com a presença do ministro das Infra-Estruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos. A cerimónia está marcada para as 11h.

As obras estarão a cargo do consórcio Sacyr Neopul-Sacyr Somague e têm um prazo de execução de 23 meses. Isto significa que em Outubro de 2023 a linha de via única entre Faro e Vila Real de Sto. António estará apta à circulação de comboios eléctricos, com evidentes ganhos ambientais. Neste troço, estima-se uma redução de 3900 toneladas de CO2 por ano graças à passagem da tracção diesel para a tracção eléctrica.

Segundo fonte oficial da IP, a tracção eléctrica permitirá também uma redução de 25 minutos do tempo de percurso dos comboios entre Lagos e Vila Real de Sto. António. Actualmente a viagem – com paragem em todas as estações e apeadeiros – demora uma hora e cinco minutos.

Mas a maior vantagem será no serviço de longo curso pois a CP pretende prolongar os Intercidades com partida em Lisboa até ao fim da linha, em vez de ficarem em Faro. Isto significa que passará a ser possível apanhar o comboio em Vila Real de Sto. António, Tavira ou Olhão e seguir directamente para o centro de Lisboa sem qualquer transbordo. Em sentido contrário a viagem passará a ser directa desde a beira do Tejo, na gare do Oriente, até à beira do Guadiana, em Vila Real de Sto. António.

Mas até lá é preciso esperar que as obras se concretizem nos prazos previstos. De acordo com o Ferrovia 2020, o acto de consignação que se assinala esta terça-feira já deveria ter ocorrido em meados de 2019 e as obras deveriam ter ficado terminadas em Setembro de 2021.

Esta previsão incluía também o troço em falta, entre Tunes e Lagos, numa extensão de 47 quilómetros e que não está incluído nesta empreitada. Segundo fonte oficial da IP, o início da electrificação desse troço deverá ocorrer no segundo trimestre de 2022. Já o troço central entre Faro e Tunes foi electrificado há 17 anos.

Estas intervenções na linha do Algarve resumem-se, basicamente, à sua electrificação pois a infra-estrutura já está dotada de sinalização electrónica desde 2014 sendo a exploração comandada à distância.

Nessa altura a linha foi também dotada de modernos sistemas de telecomunicações GSM-R, que passaram pela instalação de 16 antenas entre Lagos e Tunes e entre Faro e Vila Real de Sto. António, num investimento de 1,4 milhões de euros. Contudo, estes equipamentos não estão a ser utilizados e as comunicações entre as tripulações dos comboios e o centro de comando operacional continuam a fazer-se com telemóveis que utilizam a rede pública.