Os resíduos do ecoponto “vão todos para o mesmo sítio”? O que lhes acontece?
Perguntamos a quem sabe, para a série “Quem sabe responde”. Desta vez, e tendo como mote a COP26, questionamos especialistas acerca de mitos, conceitos ou ideias relacionados com o clima e o ambiente. O segundo texto é sobre o processo da reciclagem. E é Teresa Cortes, da Sociedade Ponto Verde, quem responde.
Com a COP26 à porta, é altura de olhar (também) para dentro de casa. Há mitos, conceitos, ideias que, por vezes, desconhecemos ou erradamente acreditamos. Uma delas é a crença — muitas vezes utilizada como desculpa para não reciclar — de que os resíduos do ecoponto vão todos para o mesmo sítio. Será verdade? Teresa Cortes, coordenadora de marketing e comunicação da Sociedade Ponto Verde, sabe. E responde.
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Com a COP26 à porta, é altura de olhar (também) para dentro de casa. Há mitos, conceitos, ideias que, por vezes, desconhecemos ou erradamente acreditamos. Uma delas é a crença — muitas vezes utilizada como desculpa para não reciclar — de que os resíduos do ecoponto vão todos para o mesmo sítio. Será verdade? Teresa Cortes, coordenadora de marketing e comunicação da Sociedade Ponto Verde, sabe. E responde.
“Não faço reciclagem porque já vi o camião de recolha a juntar os resíduos todos”. É verdade?
É possível que já tenhas visto os resíduos de diferentes ecopontos serem despejados no mesmo camião – e até que já os tenhas visto irem para um camião de lixo indiferenciado. Mas isso não quer dizer que eles “vão todos para o mesmo sítio”: “O camião pode ser compartimentado — portanto, parece que os resíduos estão a ser misturados, mas, no interior, há separação”, explica Teresa Cortes.
Por outro lado, pode acontecer de “as equipas de recolha identificarem que um dos ecopontos está contaminado”, tornando-se “inviável, do ponto de vista ambiental e económico, enviar um camião para recolher esse ecoponto”. E quando é que isto acontece? Quando, por exemplo, um ecoponto de papel e cartão “ficou de tampa aberta, choveu muito, e está tudo ensopado”; ou quando foram colocados “muitos resíduos indiferenciados que contaminaram ou engorduraram tudo” (varetas, guarda-chuvas, fraldas…). É para evitar isto, sublinha Teresa, que é “importante reciclar bem”. Ainda que apenas reciclar não seja suficiente — é preciso reduzir (e reutilizar).
Como funciona, afinal, o processo de reciclagem?
“Tudo o que é colocado separadamente nos ecopontos, se estiver tudo OK, é devidamente recolhido.” Depois de recolhido, os resíduos seguem para uma estação de tratamento e triagem onde passam pelos processos que o nome indica. “As embalagens de plástico são separadas das de metal e ainda separadas dos pacotes de bebidas”, explica Teresa. No caso do plástico, é separado por categorias, sendo que cada categoria tem um reciclador diferente. São também retirados os produtos que erradamente foram parar ao ecoponto.
Depois de separados e tratados, “são feitos fardos de plástico, papel, cartão, metal, e daí seguem para o reciclador” — em Portugal existem mais de 70 empresas qualificadas para reciclarem os materiais que colocamos no ecoponto, como explica um vídeo da Sociedade Ponto Verde sobre o tema. É lá que estes fardos são transformados “em nova matéria-prima, que é vendida ao mercado e usada para fazer novas produções”. E que, eventualmente, volta a nossa casa.