CDS à beira de novo confronto interno por causa de adiamento do congresso
Conselho nacional está marcado para esta sexta-feira à noite. Esta quinta-feira há comissão política.
O CDS prepara-se para mais um conselho nacional quente, esta sexta-feira à noite, com a proposta de adiamento da eleição da liderança, em congresso, em cima da mesa. Membros da actual comissão política nacional de Francisco Rodrigues dos Santos defendem que se justifica o adiamento da reunião magna, marcada para 27 e 28 de Novembro, para que o partido se concentre já nas eleições legislativas. Mas Nuno Melo, candidato à liderança do CDS, não está disposto a abdicar da disputa eleitoral interna e já fala numa possível “falta de legitimidade” do actual líder e também candidato à presidência do partido.
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O CDS prepara-se para mais um conselho nacional quente, esta sexta-feira à noite, com a proposta de adiamento da eleição da liderança, em congresso, em cima da mesa. Membros da actual comissão política nacional de Francisco Rodrigues dos Santos defendem que se justifica o adiamento da reunião magna, marcada para 27 e 28 de Novembro, para que o partido se concentre já nas eleições legislativas. Mas Nuno Melo, candidato à liderança do CDS, não está disposto a abdicar da disputa eleitoral interna e já fala numa possível “falta de legitimidade” do actual líder e também candidato à presidência do partido.
Poucas horas antes da comissão política nacional desta noite, Francisco Rodrigues dos Santos pediu a convocação de um conselho nacional extraordinário depois de ter recebido uma carta assinada por vários dirigentes distritais do partido.
“A realização de um congresso em vésperas de eleições alhearia o partido da importante tarefa que o nosso eleitorado espera de nós. É por isto que lhe pedimos que solicite, com urgência, a realização de um conselho nacional extraordinário que desconvoque o congresso e que mobilize o partido para a sua missão essencial: ganhar o país”, pedem os líderes de nove distritais, além do presidente do CDS-Açores, Artur Lima, que é também vice-presidente do partido.
A carta foi assinada pelos presidentes das comissões políticas distritais de Aveiro, Ricardo Silva, de Coimbra, Jorge Alexandre Almeida, de Leiria, Rosa Guerra, do Porto, Fernando Barbosa, de Santarém, Pedro Pereira, de Setúbal, João Merino, de Viana do Castelo, Paulo Sousa, de Vila Real, Gonçalo Nascimento Alves, de Viseu, José Pinto, além de delegados de outras três distritais.
Francisco Rodrigues dos Santos ouvirá, esta quinta-feira à noite, os membros da sua comissão política nacional (que estão na sua maioria ao lado do líder) e sexta-feira a questão será colocada ao conselho nacional, onde até agora detinha o apoio maioritário dos membros. Mas, na decisão de dar seguimento ao pedido dos dirigentes distritais, o actual líder do CDS já deu sinal da sua posição. Numa nota escrita, considerou “não ser indiferente aos argumentos ali apresentados a favor da necessidade de dar prioridade à preparação atempada das eleições legislativas, em detrimento da realização imediata de um congresso”.
O argumento que de não há tempo para que o partido se perca em disputas internas pode vir a ser a questão principal colocada pela actual direcção, mas que irá merecer uma forte contestação por parte da oposição interna.
Já esta manhã, Nuno Melo parecia recear o adiamento do congresso onde disputaria a liderança com o actual presidente do partido. “Quem queira evitar o voto dos militantes, num congresso que por vontade própria pediu, com medo afinal de o perder, depois da soberba de quem esmagaria outras alternativas, não terá qualquer legitimidade, nem respeito por si próprio, representando CDS em legislativas perante o país”, escreveu o eurodeputado no Facebook.
Ainda sem as legislativas marcadas, Nuno Melo antevê que possam realizar-se no início do próximo ano, numa altura em que o actual líder já terminou o mandato para que foi eleito no congresso de Janeiro de 2020. “E quem queira apresentar-se nas urnas no final de Janeiro ou início de Fevereiro, num momento em que já terminou o mandato, perdeu qualquer noção do sentido da democracia que o CDS ajudou a fundar em Portugal”, acrescentou.