Aos 95 anos, Isabel II vê a sua rotina mudar para salvaguardar a saúde — e o tema abdicação volta a ser falado

Contrariada, a monarca britânica viu-se obrigada a cancelar a sua presença na cimeira COP26 por conselho médico. A meses de celebrar os 70 anos de reinado, a 6 de Fevereiro, a rainha deixou toda a família preocupada, particularmente o neto Harry, que está nos EUA.

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Isabel II está a meses de celebrar os 70 anos de reinado, a 6 de Fevereiro Reuters/POOL

Durante 50 anos, Isabel II bebeu todas as noites um cocktail Dubonnet, uma mistura deste vinho fortificado com gin. E desde sempre que realizava, diariamente, longas caminhadas com os seus cães. Até agora. Depois de uma passagem pelo hospital, onde terá ficado uma noite para descansar, os médicos aconselharam uma radical alteração nas suas rotinas, com alguns ajustes nos seus hábitos pessoais. A bebida alcoólica nocturna assim como os passeios foram abolidos, e é muito provável que a bengala com que a monarca apareceu em público passe a ser um acessório permanente.

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Durante 50 anos, Isabel II bebeu todas as noites um cocktail Dubonnet, uma mistura deste vinho fortificado com gin. E desde sempre que realizava, diariamente, longas caminhadas com os seus cães. Até agora. Depois de uma passagem pelo hospital, onde terá ficado uma noite para descansar, os médicos aconselharam uma radical alteração nas suas rotinas, com alguns ajustes nos seus hábitos pessoais. A bebida alcoólica nocturna assim como os passeios foram abolidos, e é muito provável que a bengala com que a monarca apareceu em público passe a ser um acessório permanente.

Também a carga de trabalho teve de ser revista, com o cancelamento de compromissos, de forma a tornar a sua agenda diária mais leve. Assim, depois de ter cancelado a visita à Irlanda do Norte, Isabel II fez saber, através do Palácio de Buckingham, que não marcará presença na cimeira sobre o clima, que arranca em Glasgow, na Escócia, no próximo domingo, e que está a ser vista como uma última oportunidade para o planeta.

No entanto, a família real britânica não estará ausente. Além de ser representada pelos príncipes Carlos e William e respectivas mulheres (a duquesa da Cornualha, Camilla, e a duquesa de Cambridge, Kate), a rainha irá enviar uma intervenção em vídeo. Mas, o facto de não estar presencialmente na conferência terá deixado Isabel II “desapontada”. E para muitos britânicos este é um sinal de que quem usa a coroa já não está com saúde para a suportar. Por isso, o tema da possível abdicação volta a ser discutido em várias frentes — algo que Isabel II fez questão de deixar claro, desde cedo, que não estava nos seus planos.

No discurso emitido no seu 21.º aniversário, ainda como princesa herdeira, prometeu: “Declaro perante todos vós que toda a minha vida, seja longa ou curta, será dedicada ao vosso serviço e ao serviço da nossa grande família imperial a que todos pertencemos.”

Por altura da morte do duque de Edimburgo, a hipótese da abdicação foi falada, mas vários especialistas consideraram o cenário improvável. Ao Guardian, o historiador real Hugo Vickers explicou o porquê: “Uma das principais razões pelas quais a rainha com toda a certeza não abdicará é o facto de, ao contrário de outros monarcas europeus, ela ser uma rainha ungida”, o que reflecte um pacto com Deus, sendo Isabel II, além de soberana do Reino Unido e de 15 países da Commonwealth, chefe da Igreja Anglicana.

A meses de celebrar os 70 anos de reinado, a 6 de Fevereiro, a rainha deixou toda a família preocupada, particularmente o neto Harry que, pela distância, terá entrado em pânico e revivido a situação de não se ter despedido do avô — o príncipe Filipe morreu em Abril, aos 99 anos, quando o príncipe se encontrava na Califórnia, onde reside com a mulher, a ex-actriz Meghan Markle, e os dois filhos, depois de ambos terem renunciado os papéis de membros seniores da realeza.