Criptoarte: David Lynch e os Interpol lançam série de NFT

Reedição da colaboração de 2011 cria novas versões únicas da curta de Lynch I Touch a Red Button Man e do single Lights, da banda nova-iorquina.

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David Lynch, numa passagem por Portugal ENRIC VIVES-RUBIO

David Lynch e os Interpol voltaram às colaborações, desta feita sobre o tema Lights (2010) da banda nova-iorquina associada à curta do realizador I Touch a Red Button Man (2011) mas num novíssimo formato: uma série de oito NFT, ou peças únicas de criptoarte. Os NFT estão à venda, em leilão, no novo site Lynch x Interpol.

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David Lynch e os Interpol voltaram às colaborações, desta feita sobre o tema Lights (2010) da banda nova-iorquina associada à curta do realizador I Touch a Red Button Man (2011) mas num novíssimo formato: uma série de oito NFT, ou peças únicas de criptoarte. Os NFT estão à venda, em leilão, no novo site Lynch x Interpol.

Os NFT (sigla inglesa para “non-fungible token” e que se pode descrever, de forma muito simplificada, como uma obra composta por elementos digitais únicos) incluem “novas versões de Lights juntamente com as animações fascinantes de Lynch”, como se lê na descrição no site. Esta é uma reedição de uma colaboração de 2011, quando o autor de Twin Peaks e Mullholand Drive e a banda de Paul Banks estrearam uma combinação de Lights e da curta de animação I Touch a Red Button Man na actuação ao vivo dos Interpol no Festival de Coachella.

Agora, o ponto de partida foi a obra de Lynch para reimaginar Lights e esta é a forma de imortalizar a colaboração entre as duas forças criativas. Os fãs poderão também deixar o seu cunho nas obras finais, pois é possível acrescentar o seu “toque criativo pessoal” a uma versão gratuita dos NFT através da galeria 3D do site do projecto — no final, um dos autores poderá ficar com a obra.

Para já está apenas disponível essa peça colaborativa e um dos NFT para leilão e ao que tudo indica só estará para licitação (em criptomoeda) uma peça de cada vez, durante cerca de semana e meia. Cada um deles representa uma parte com a sua própria imagem, canção e parte do universo criado para esta iniciativa.

“Para sermos francos, os Interpol são doidos por David Lynch e estamos extasiados por podermos alinhar o nosso nome com o dele neste fórum artístico”, diz Paul Banks, cantor dos Interpol, em comunicado. “As novas interpretações são versões depuradas com [o guitarrista] Daniel Kessler ao piano”, explica ainda o frontman. “Estas versões mais acústicas podem bem ser os Interpol na sua expressão mais pungente, escavando bem fundo para elevar cada clip a novos níveis artísticos.”

O universo digital em que estes NFT ficam disponíveis é criado pela HIFI Labs. Jack Spallone, responsável da empresa de software, descreve como estes “NFT podem viver eternamente como artefactos de história cinematográfica e musical. Tal como a carreira de David Lynch ajudou a avançar os limites do cinema e mesmo da ficção, agora estende-se ao universo permanente da [rede descentralizada] blockchain”.