A crise política inventada pelo BE e pelo PCP
Percebeu-se esta quarta-feira o fingimento do BE e do PCP nas negociações do Orçamento para 2022.
O país começava a sair da crise pandémica, a economia está a arrancar e a deixar para trás os tempos difíceis dos confinamentos, o desemprego está com o valor mais baixo dos últimos 15 anos, em 6,4 por cento, o dinheiro do Plano de Recuperação e Resiliência ia lançar o país num ritmo de desenvolvimento sem precedentes. Mas, se calhar, é por tudo isto que o BE e o PCP quiseram acionar o detonador das eleições antecipadas, chumbando o Orçamento, como se quisessem impedir o progresso e o bem-estar.
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O país começava a sair da crise pandémica, a economia está a arrancar e a deixar para trás os tempos difíceis dos confinamentos, o desemprego está com o valor mais baixo dos últimos 15 anos, em 6,4 por cento, o dinheiro do Plano de Recuperação e Resiliência ia lançar o país num ritmo de desenvolvimento sem precedentes. Mas, se calhar, é por tudo isto que o BE e o PCP quiseram acionar o detonador das eleições antecipadas, chumbando o Orçamento, como se quisessem impedir o progresso e o bem-estar.
Disseram que não chega, que queriam mais para os portugueses, mas acabaram por deixar pior e mais incerta a sua situação.
E porquê? Não se percebe. Não há nenhum argumento racional que o justifique. Manifestamente, parecem estar desligados da realidade e das expetativas das pessoas, não conseguindo ver mais para além do que o umbigo do seu partido. Na realidade, ninguém queria eleições a não ser partidos como o Chega ou o Iniciativa Liberal, que poderão crescer e ficar mesmo à frente do BE e do PCP. E aqueles partidos que antes foram portadores de esperança, estão agora a ajudar a direita e a extrema-direita a crescer, arrasando um caminho de conquistas e progresso económico e social.
Anunciam-se, portanto, eleições antecipadas. Crise. Instabilidade. Incerteza. Projetos interrompidos e outros que ficam pelo caminho.
Os partidos da oposição, particularmente à esquerda do PS, rejeitam um Orçamento que dá o aumento de salário mais alto de sempre, de 40 euros, aumentos extraordinários das pensões até 1097 euros, creches progressivamente gratuitas que iriam beneficiar tantos milhares de famílias, o fim do pagamento por conta aliviando a tesouraria das empresas, um estatuto profissional para os trabalhadores da cultura e uma agenda para o trabalho digno para combater a precariedade e a informalidade, um aumento sem precedentes do abono de família para ajudar no combate à pobreza e sobretudo da pobreza infantil. Alterações nos escalões do IRS para aumentar os rendimentos da classe média. Medidas para os jovens, para não terem de emigrar. Mais investimento público e nos serviços públicos, sobretudo na saúde e da educação. Muito investimento direto estrangeiro. E tantas mais coisas que iriam melhorar a vida das pessoas e das empresas naquele que era o Orçamento mais à esquerda dos últimos seis anos e mais aberto a propostas de alteração.
E, de repente, onde antes havia pontes, surgem muros, onde havia diálogo, há intransigência. Percebeu-se hoje o fingimento do BE e do PCP nas negociações, comportando-se como minorias totalitárias que querem receber tudo e não dar nada em troca. Porque, na realidade, a sua preocupação pareceu ser saber se perdiam mais indo agora para eleições ou daqui a dois anos, quando o dinheiro da “bazuca” estiver a puxar pelo país, num cálculo partidário mesquinho e irresponsável, com total desprezo pela estabilidade política, pela vida das pessoas e pela nossa imagem internacional.
Tornam-se, assim, inúteis para a estabilidade do sistema político e para o progresso do país. Não defendem nada. Só querem gritar. Indiferentes à vontade das pessoas, que acima de tudo querem é que os políticos se entendam, querem saber como projetar o seu futuro, ter um emprego bom e dinheiro no bolso e a economia a funcionar bem. Ninguém compreende.
O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico