“Este momento é ou pode ser um bocado embaraçoso.” Catarina Keil (filha de Paulo Ribeiro e Leonor Keil) aproxima-se do microfone. Segunda 2 está prestes a entrar no seu segmento final, mais poético, e a jovem bailarina faz uso da voz para recusar aquilo que o coreógrafo lhe teria pedido. Não quer falar do percurso da Companhia Paulo Ribeiro — não quer estender-se a recordar o passado, não quer que contem com ela para projectar o futuro. “Também estamos aqui para proteger os autores deles próprios”, diz, enquanto reafirma a sua recusa em pactuar com qualquer forma de reflexão sobre um momento que não seja o agora. “Estamos aqui para dançar. Amanhã logo se vê.”
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