“Sabe que, nos contos de fadas, há sempre um desejo que se concede”, diz Ulrike Ottinger, rindo-se com gosto num dos foyers da Cinemateca Portuguesa. “E o desejo que eu gostaria sempre de pedir era precisamente o que acabou de me perguntar: ser capaz de olhar de fora para a minha obra, como se fosse feita por outra pessoa. Infelizmente, isso não é possível!”. E, contudo, o que a cineasta, fotógrafa e artista visual alemã fez desde 1960 é tão diverso e tão diferente entre si que é impossível não lhe perguntar onde é que ela se sente mais à vontade — no documentário, na ficção, no museu, na sala de cinema.
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“Sabe que, nos contos de fadas, há sempre um desejo que se concede”, diz Ulrike Ottinger, rindo-se com gosto num dos foyers da Cinemateca Portuguesa. “E o desejo que eu gostaria sempre de pedir era precisamente o que acabou de me perguntar: ser capaz de olhar de fora para a minha obra, como se fosse feita por outra pessoa. Infelizmente, isso não é possível!”. E, contudo, o que a cineasta, fotógrafa e artista visual alemã fez desde 1960 é tão diverso e tão diferente entre si que é impossível não lhe perguntar onde é que ela se sente mais à vontade — no documentário, na ficção, no museu, na sala de cinema.