Rangel diz que líder tem de estar “legitimado” para concorrer a eventuais eleições antecipadas

Numa alusão à expressão usada por Rui Rui, Paulo Rangel disse este domingo que a “fraca governação do PS” é o que lhe pica e “verdadeiramente dói”.

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O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel afirmou este domingo que o próximo líder do partido não tem apenas de estar preparado para eleições legislativas antecipadas, caso venham a ocorrer, mas “legitimado” para concorrer.

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O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel afirmou este domingo que o próximo líder do partido não tem apenas de estar preparado para eleições legislativas antecipadas, caso venham a ocorrer, mas “legitimado” para concorrer.

“O líder do PSD não tem apenas de estar preparado para eleições legislativas antecipadas se estas vierem a ocorrer, também precisa de estar legitimado para concorrer a essas eleições legislativas”, afirmou Paulo Rangel naquela que considerou a “primeira ação de campanha” no Palácio da Bolsa, no Porto.

Perante uma plateia de cerca de 600 militantes e apoiantes do partido, Paulo Rangel afirmou não desejar uma crise política e não ser “daqueles que no PSD ou fora apostam tudo na ideia de crise política”, ainda que esteja “mais do que preparado”.

“Estamos preparados para lidar com a crise. Antes, durante ou depois das eleições internas”, assegurou o candidato à liderança social-democrata, acrescentando que, se existir uma crise política, “o único responsável é António Costa e o seu governo”.

Entre críticas ao primeiro-ministro e ao Governo, Paulo Rangel salientou que a “fraca governação do PS” é o que lhe pica e “verdadeiramente dói”, em tom critico à expressão utilizada pelo atual líder e recandidato Rui Rio.

“Há expressões que não gosto de usar como pica, picar, ficar picado, mas, há uma coisa que posso garantir: as posições divergentes dos meus companheiros de partido e dos meus competidores eleitorais não me picam, nem me levam a fazer voos picados ou voos picantes”, observou.

Considerando que a oposição não pode ser feita aos “correligionários do partido”, Paulo Rangel reforçou que o PSD “não irá a eleições antecipadas sem um líder legitimado” e que o calendário aprovado é o “único” que serve o PSD.

“Se de outros lados estão convictos que vão ganhar as eleições internas, só tem vantagens de estar em acordo e contribuir para este calendário”, afirmou.

Aos militantes que se encontravam esta tarde no Palácio da Bolsa, Paulo Rangel assegurou que, caso vença as eleições internas do PSD e ocorrer uma crise política, vai criar um “grupo de trabalho para preparar as bases do programa eleitoral” que serão “anunciadas e acolhidas pelos portugueses no congresso que há de se seguir”.

“Não posso ser mais claro. Estamos preparados para todos os cenários, não temos medo de eleições legislativas antecipadas, não temos receio de eleições internas no prazo certo, não queremos ganhar na secretaria, não acreditamos na prorrogação de mandatos em pleno processo eleitoral”. Queremos uma liderança eleita, legitimada que possa ir bater-se com o PS em eleições com cara levantada e o suporte claro do nosso partido, referiu.

Durante a sua intervenção naquela que foi a “primeira ação de campanha”, Paulo Rangel criticou ainda o Governo e o primeiro-ministro pelas “alterações feitas à lei laboral”, a atuação na crise do setor energético e dos combustíveis, na digitalização e tecnologia do 5G e no setor da saúde.

Defendendo que a união e o crescimento do PSD permitirão “reganhar a confiança dos portugueses”, o candidato à liderança dos sociais-democratas disse não ter dúvidas que tal permitirá o partido “regressar à sua vocação e ambição maioritária para poder vencer”.  

O PSD vai realizar eleições diretas para escolher o presidente no dia 4 de dezembro e o 39.º Congresso decorrerá entre 14 e 16 de janeiro, em Lisboa, e até agora apresentaram-se como candidatos Rui Rio e Paulo Rangel.