Acções da Evergrande regressam à negociação a perder 12% após paragem de duas semanas
Bolsas europeias abrem negativas, por preocupação com a situação do gigante chinês, mas também com receio do impacto da subida dos combustíveis e da energia.
Depois de duas semanas de ausência, as acções da Evergrande, o gigante imobiliário que enfrenta graves problemas financeiros, regressaram esta quinta-feira à negociação, registando desvalorizações consideráveis, acima dos 12%. A forte desvalorização “arrastou” os mercados asiáticos para o “vermelho” e também explica parte das quedas registadas nas bolsas europeias.
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Depois de duas semanas de ausência, as acções da Evergrande, o gigante imobiliário que enfrenta graves problemas financeiros, regressaram esta quinta-feira à negociação, registando desvalorizações consideráveis, acima dos 12%. A forte desvalorização “arrastou” os mercados asiáticos para o “vermelho” e também explica parte das quedas registadas nas bolsas europeias.
O regresso acontece um dia após a empresa ter informado que falharam as negociações para a venda de 50,1% de uma importante subsidiária, a Evergrande Property Services Group Lda, o que ajudaria a resolver uma parte dos seus problemas financeiros, nomeadamente os pagamentos de dívida que têm vindo a vencer.
No entanto, a queda das acções da Evergrande poderá ter sido travada por outra notícia, divulgada esta quinta-feira, relativa a um acordo de extensão do prazo, por mais três meses, do reembolso de 260 milhões de dólares de dívida, emitida pela participada Jumbo Fortune Enterprises, na sequência de um reforço de garantias prestadas.
A crise da Evergrande, com um total de dívida de 260 mil milhões de euros – um valor próximo dos cerca de 275 mil milhões de euros de dívida pública portuguesa –, tem condicionado a confiança dos investidores, não só pelo impacto que uma hipotética queda teria na economia chinesa, onde é uma das maiores promotoras imobiliárias, mas também na economia mundial.
Mas a evolução dos mercados está a ser negativamente afectada por outras preocupações, nomeadamente o aumento do preço do petróleo, da energia e, por arrasto, da inflação.
Aqueles factores explicam, em parte, o arranque negativo das praças europeias, com o EuroStoxx 600 recuar 0,28% para 468,77 pontos.
As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt desciam 0,41%, 0,22% e 0,35%, bem como as de Madrid e Milão, que desvalorizavam 0,68% e 0,47%, respectivamente. A bolsa de Lisboa também arrancou ligeiramente negativa.
Depois das fortes subidas nas últimas semanas, o petróleo segue a negociar esta quinta-feira em queda ligeira. O Brent negociado em Londres, que serve de referência para a Europa, para entrega em Dezembro, recuava, pelas 11h00, menos de 1%, para os 85,25 dólares por barril. E o WTI (West Texas Intermediate), referência para os Estados Unidos, seguia a mesma tendência, para 82,63 dólares por barril.