Museu de Arte Antiga e Fundação Gaudium Magnum assinam acordo para divulgar pintura antiga
O Belo, a Sedução e a Partilha é o título do programa de exposições que vai dar a ver obras da colecção Maria e João Cortez de Lobão.
O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) e a Fundação Gaudium Magnum vão assinar esta quinta-feira, em Lisboa, um protocolo de divulgação e estudo da pintura antiga, num projecto museográfico intitulado O Belo, a Sedução e a Partilha.
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O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) e a Fundação Gaudium Magnum vão assinar esta quinta-feira, em Lisboa, um protocolo de divulgação e estudo da pintura antiga, num projecto museográfico intitulado O Belo, a Sedução e a Partilha.
No quadro deste protocolo do MNAA com a Fundação Gaudium Magnum - Maria e João Cortez de Lobão (FGM), com a duração de cinco anos, a primeira de cinco obras a expor é Mulher numa despensa, feita em parceria entre Giacomo Legi e Antiveduto Gramatica, mestres do século XVII influenciados pelo conceituado pintor italiano Caravaggio (1571-1610).
O projecto acolherá, na ala de pintores estrangeiros do MNAA, ao longo dos próximos dez meses, numa primeira fase, uma série de exposições que exibirão um conjunto de cinco pinturas de mestres antigos que fazem parte da colecção de Maria e João Cortez de Lobão. Além da apresentação do conjunto de obras de relevo desta colecção, as duas instituições desenvolverão outras actividades científicas públicas de reforço do estudo, conhecimento e divulgação da pintura de mestres portugueses e europeus, segundo um comunicado divulgado pelo MNAA.
O programa O Belo, a Sedução e a Partilha, do protocolo que será assinado entre as duas entidades esta quinta-feira, às 17h30, estará no MNAA até 2 de Janeiro de 2023.
A pintura Mulher numa dispensa, com que se inicia este ciclo de exposições de obras da Colecção Gaudium Magnum, de Maria e João Cortez de Lobão, incorpora duas das principais características do barroco de inícios do século XVI: o naturalismo da representação e o uso expressivo do claro-escuro. “A exuberante apreensão da realidade característica da pintura flamenga une-se, nesta obra, ao dramático sentido da luz fortemente contrastada que atingiu no início do século XVII a sua estabilização enquanto estratégia plástica na obra de Caravaggio e se tornou modus faciendi de um vasto grupo de pintores, dentro e fora de Itália”, indica o museu, no comunicado.
Ainda muito jovem, Antiveduto Gramatica dirigiu uma oficina romana, especializada na representação de bustos de personagens ilustres, onde Caravaggio chegou a trabalhar na sua primeira estada romana. O tratamento da luz do jovem pintor influenciou-o, sobretudo a partir da segunda década de seiscentos, “embora Gramatica tivesse mantido sempre nas figuras um classicismo contido, mais amável do que o naturalismo revolucionário proposto por Caravaggio”, indica um texto do museu sobre a pintura.
Giacomo Legi, por seu turno, trabalhou quase sempre em Génova, onde uma comunidade importante de pintores flamengos se estabeleceu no início do século XVII, e dela fizeram parte pintores como Cornelis de Weal (1592-1667), Jan Roos (1591-1638), que foi mestre e cunhado de Legi, e, o mais importante de todos, Antoon Van Dyck, que permaneceu em Génova entre 1621 e 1627.
A Fundação Gaudium Magnum - Maria e João Cortez de Lobão existe desde 2018, tendo como missão “enaltecer Portugal, a língua portuguesa, a sua cultura e as suas gentes”, apostando em quatro eixos estratégicos: cultura, educação, beneficência e investigação. Na área cultural, e em particular a colecção de arte, reúne um espólio de peças centrada nos mestres antigos de pintura, com uma forte componente de autores portugueses.