O dilema do país no negócio do Orçamento
A escolha nas negociações do OE é difícil e é isso que é preocupante: entre um orçamento lunático e o risco da instabilidade política, o país ficará sempre a perder.
Ainda não é o fim do mundo, mas, como lembrava um verso de Manuel António Pina, é apenas um pouco tarde para se acreditar que a viabilização do Orçamento do Estado de 2022 será sempre uma boa notícia para o país. Se até agora a insistência em orçamentos baseados na pura lógica da distribuição, nos quais as cativações e a ausência de investimento público garantiam as “contas certas” de que fala António Costa, eram um preço a pagar pela estabilidade política, o que se prenuncia com as negociações em curso obriga a refazer as contas sobre o custo desse bem absoluto para o país. Mais do que nunca, o Governo tem um difícil dilema para resolver.
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Ainda não é o fim do mundo, mas, como lembrava um verso de Manuel António Pina, é apenas um pouco tarde para se acreditar que a viabilização do Orçamento do Estado de 2022 será sempre uma boa notícia para o país. Se até agora a insistência em orçamentos baseados na pura lógica da distribuição, nos quais as cativações e a ausência de investimento público garantiam as “contas certas” de que fala António Costa, eram um preço a pagar pela estabilidade política, o que se prenuncia com as negociações em curso obriga a refazer as contas sobre o custo desse bem absoluto para o país. Mais do que nunca, o Governo tem um difícil dilema para resolver.