Os alvos dos senadores da CPI
A Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado brasileiro vai apresentar uma lista com cerca de 70 nomes indiciados por vários crimes relacionados com a gestão da pandemia.
Jair Bolsonaro: O Presidente da República é visto pelos senadores como o grande responsável pelo descalabro da gestão sanitária. Desde a oposição a medidas de confinamento, passando pela promoção de medicamentos sem eficácia comprovada, pela negligência em adoptar medidas de protecção dos povos indígenas e por ter ignorado indícios de corrupção, prevê-se que Bolsonaro seja acusado de pelo menos onze crimes. Porém, qualquer responsabilização está nas mãos do procurador-geral da República, Augusto Aras, que é visto como um aliado do Presidente e deverá mantê-lo protegido de qualquer acção judicial.
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Jair Bolsonaro: O Presidente da República é visto pelos senadores como o grande responsável pelo descalabro da gestão sanitária. Desde a oposição a medidas de confinamento, passando pela promoção de medicamentos sem eficácia comprovada, pela negligência em adoptar medidas de protecção dos povos indígenas e por ter ignorado indícios de corrupção, prevê-se que Bolsonaro seja acusado de pelo menos onze crimes. Porém, qualquer responsabilização está nas mãos do procurador-geral da República, Augusto Aras, que é visto como um aliado do Presidente e deverá mantê-lo protegido de qualquer acção judicial.
Eduardo Pazuello: O general do Exército manteve-se à frente do Ministério da Saúde durante grande parte da pandemia e foi instrumental na execução do roteiro do Governo federal. Foi crítico das medidas de confinamento aplicadas pelos governos estaduais e defendeu a aplicação de medicamentos para o chamado “tratamento precoce”. Está intimamente ligado ao escândalo da falta de oxigénio nos hospitais de Manaus no início do ano.
Marcelo Queiroga: O actual ministro da Saúde é visto pelos senadores da CPI como um dirigente de continuidade das políticas de Pazuello. Com Queiroga, o Ministério da Saúde continua a promover a aplicação de medicamentos como a cloroquina a pacientes infectados. É também responsabilizado pela lentidão do processo de vacinação e por um percurso errático, como quando decretou a suspensão da vacinação de adolescentes para recuar logo em seguida.
Flávio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Carlos Bolsonaro: Os três “herdeiros” políticos de Jair Bolsonaro devem ver os seus nomes na lista de acusados pela CPI pelo seu papel na partilha de notícias falsas sobre a pandemia. Com o desenrolar das investigações, a comissão viu-se obrigada a expandir o âmbito da sua actuação e, segundo a imprensa, o relatório final contempla um capítulo dedicado em exclusivo à propagação de informações falsas sobre a covid-19.
Ricardo Barros: O líder da bancada do Governo federal na Câmara dos Deputados tornou-se numa peça-chave para entender os alegados esquemas de corrupção que envolveram a aquisição de vacinas. As investigações da CPI mostraram que o deputado foi o intermediário no negócio para a compra de vacinas da Covaxin, produzidas pelo laboratório indiano Bharat Biotech, por um preço acentuadamente mais alto do que o normal.
Ernesto Araújo: O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros é responsabilizado pela falta de empenho nas negociações internacionais para a aquisição de vacinas. Numa altura em que praticamente todo o planeta estava a tentar negociar pacotes para a compra de doses o mais rapidamente possível, o Itamaraty envolvia-se em pequenas polémicas com a China e pouco fez para que os acordos com a Covax ou com a Pfizer fossem acelerados, segundo os senadores da CPI.