Suprimidas carreiras fluviais da Transtejo entre Lisboa e Cacilhas na quarta e quinta-feira à noite

“Por motivo de falta de recursos humanos operacionais, o serviço regular de transporte é interrompido no período nocturno”, informa a empresa.

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Daniel Rocha

A Transtejo/Soflusa (TTSL) anunciou a supressão de carreiras entre Cacilhas (Almada, distrito de Setúbal) e Cais do Sodré (Lisboa), na quarta e quinta-feira, durante o período nocturno, devido à “falta de recursos humanos operacionais”, indicou a empresa.

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A Transtejo/Soflusa (TTSL) anunciou a supressão de carreiras entre Cacilhas (Almada, distrito de Setúbal) e Cais do Sodré (Lisboa), na quarta e quinta-feira, durante o período nocturno, devido à “falta de recursos humanos operacionais”, indicou a empresa.

“Por motivo de falta de recursos humanos operacionais, o serviço regular de transporte é interrompido no período nocturno”, informou a TTSL, num aviso divulgado na segunda-feira no site da empresa, que refere que as perturbações vão ocorrer na quarta e quinta-feira, 20 e 21 de Outubro.

A empresa TTSL revelou o horário das últimas carreiras antes da interrupção, que na ligação Cacilhas - Cais do Sodré será às 20h55 na quarta-feira e às 20h38 na quinta-feira, enquanto na ligação Cais do Sodré – Cacilhas está previsto ser às 21h15 na quarta-feira e às 20h50 na quinta-feira.

Já as primeiras carreiras após a interrupção, na quinta e sexta-feira, com horários iguais para ambos os dias, entre Cacilhas e Cais do Sodré serão às 0h05 e na ligação Cais do Sodré – Cacilhas será às 0h20.

Em resposta ao aviso da TTSL, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans​) considerou esta quarta-feira que a supressão de carreiras, na quarta e quinta-feira, durante o período nocturno, “não é uma situação isolada, porque é frequente anúncios destes, como foi o caso da semana passada com algumas dezenas de supressões, sendo uma questão estrutural decorrente da falta de trabalhadores que não são admitidos”.

“Não são supressões devidas a qualquer conflito laboral, mas devido à falta de respostas às reivindicações dos trabalhadores, nas quais se incluem a admissão de novos trabalhadores para substituir os que faltam, mas que o Governo continua a ignorar e os navios não funcionam sem trabalhadores”, apontou a Fectrans​, em comunicado.

Manifestando solidariedade com o protesto dos utentes da TTSL, por considerar que “são, cada vez, mais mal servidos devido ao desinvestimento nestas empresas públicas”, a federação questionou o porquê de não se admitirem novos trabalhadores.

“Será que querem razões para medidas de alienação das empresas, com a justificação da incapacidade de, no âmbito de empresa pública, prestar um serviço público de qualidade?”, interrogou a Fectrans​.

Para a federação, a empresa TTSL, que junta a Transtejo e a Soflusa, “não pode continuar refém” da falta de respostas do Governo, devendo responder às reivindicações dos trabalhadores, que são “essenciais para a prestação de um serviço público de qualidade”.

Na quinta-feira, os trabalhadores da Transtejo, que fazem as ligações entre a Margem Sul do rio Tejo e Lisboa, decidiram marcar cinco dias de greve parcial para continuar a reivindicar por aumentos salariais, disse à agência Lusa fonte sindical.

A decisão foi tomada durante um plenário de trabalhadores, realizado na quinta-feira à tarde, não estando para já estabelecido em que dias ocorrerá a paralisação, segundo adiantou o dirigente da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), Paulo Lopes.

Os trabalhadores da Transtejo, juntamente com os da Soflusa, fizeram várias greves parciais durante este ano, a última das quais em 21 de Setembro, devido a falhas nas negociações salariais entre a administração da empresa e os sindicatos, tendo o Ministério do Ambiente reunido igualmente com os sindicatos na tentativa de desbloquear a situação.

A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.