Vacinação simultânea contra gripe e covid-19 arranca esta segunda-feira

Cerca de dois milhões de pessoas devem receber reforço da vacina contra o coronavírus e ser imunizadas contra a gripe sazonal simultaneamente.

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Nelson Garrido

A administração em simultâneo das vacinas contra a gripe e a covid-19 arranca esta segunda-feira em Portugal continental, com a Direcção-Geral da Saúde (DGS) a prever vacinar cerca de dois milhões de pessoas nessa modalidade.

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A administração em simultâneo das vacinas contra a gripe e a covid-19 arranca esta segunda-feira em Portugal continental, com a Direcção-Geral da Saúde (DGS) a prever vacinar cerca de dois milhões de pessoas nessa modalidade.

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, garantiu, na sexta-feira, que está “tudo preparado” para a co-administração das duas vacinas a pessoas com 65 ou mais anos a partir desta segunda-feira, uma prática realizada em Portugal e no mundo, no âmbito dos programas nacionais de vacinação, que visa optimizar os esquemas vacinais recomendados. 

A DGS avançou que os dados disponíveis analisados pela Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19, que incluem os resultados da reunião do grupo de peritos da Organização Mundial da Saúde (OMS) em matéria de vacinação, mostram que existe um perfil de segurança aceitável após a toma das duas vacinas.

Além disso, a informação disponível sugere a manutenção da eficácia de ambas as vacinas, uma vez que, até à data, não existe evidência de alteração da resposta imunológica.

As pessoas que não quiserem ser vacinadas no mesmo dia com os dois fármacos podem optar pela inoculação em dias diferentes, segundo esclarecia a DGS em nota divulgada na sexta-feira, acrescentando que, nesse caso, “devem informar os profissionais de saúde no dia da vacinação e proceder à marcação de nova data para que seja administrada a segunda vacina”.

Depois de a OMS ter admitido há dias a possibilidade de co-administração das duas vacinas - a aprovação que a autoridade de saúde nacional aguardava para poder avançar neste sentido -, a vacinação em simultâneo, em braços diferentes, visa “facilitar a adesão” às campanhas de imunização em curso, segundo a DGS, que lembra que este procedimento não é inédito. “A co-administração de outras vacinas é uma prática de vacinação realizada em Portugal e no mundo no âmbito dos Programas Nacionais de Vacinação”.

A DGS garante ainda que esta prática é segura e eficaz. Os dados disponíveis analisados pela comissão técnica de vacinação contra a covid-19 “mostram que existe um perfil de segurança aceitável após a toma de ambas as vacinas” e sugerem igualmente “a manutenção da eficácia de ambas as vacinas, uma vez que, até à data, não existe evidência de alteração da resposta imunológica”, assegura.

A directora-geral da Saúde já tinha explicado que apenas se aguardava a aprovação da OMS para a administração em simultâneo dos dois fármacos, na conferência de imprensa em que foi anunciado que Portugal decidiu dar uma dose de reforço da vacina contra a covid-19 a todas as pessoas a partir dos 65 anos, um universo superior a dois milhões de utentes.

Graça Freitas destacou na sexta-feira, em declarações à Lusa, que a administração das vacinas em simultâneo ​"facilita, sobretudo, muito a vida dos utentes”, mas reforçou que, se algum preferir separar a vacinação em 14 dias, pode manifestar essa vontade no momento da vacinação.

No início desta semana, o grupo de peritos que aconselha a OMS nesta matéria considerou “aceitável” a administração em simultâneo dos dois fármacos. “Os dados limitados sobre a co-administração de vacinas inactivadas (produzidas com base em vírus inactivados) contra a gripe sazonal com a da covid-19 não mostraram um aumento de eventos adversos”, justificou o Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em imunização da OMS.