É uma curta que dá voz a jovens açorianos — e ganhou um prémio nos EUA

Diferença e subjectividade estão na base da última curta documental da realizadora Maria João Sousa. Panorama mereceu o prémio de melhor curta documental no Independent Documentary Film Festival Legendary Doc.

Um filme que fala sobre a forma de estar na vida de um grupo de jovens valeu à realizadora Maria João Sousa o prémio de melhor curta documental no Independent Documentary Film Festival Legendary Doc, em Los Angeles. Influenciada pela sua formação em Psicologia, a realizadora quis, através da curta documental Panorama, “falar sobre a subjectividade da percepção humana”, como revela ao P3.

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Um filme que fala sobre a forma de estar na vida de um grupo de jovens valeu à realizadora Maria João Sousa o prémio de melhor curta documental no Independent Documentary Film Festival Legendary Doc, em Los Angeles. Influenciada pela sua formação em Psicologia, a realizadora quis, através da curta documental Panorama, “falar sobre a subjectividade da percepção humana”, como revela ao P3.

Como se fosse uma experiência social, um instrumento de discussão e intervenção sobre a subjectividade, percepções e realidade, Maria João solicitou a colaboração de seis jovens açorianos, entre os 17 e os 28 anos, de diferentes contextos sociais. Frente à câmara, os jovens visualizam, primeiro individualmente e depois em grupo, um conjunto de imagens. Se algumas delas são óbvias e não causam controvérsia, outras geram interpretações bem divergentes — foram estas reacções que a realizadora quis captar.

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“As imagens são iguais, mas a percepção de quem as vê é diferente”, refere. Por exemplo, se uns viam na fotografia de um rosto a levar com água uma mera brincadeira, outros apontavam para bullying.

Com este filme de 41 minutos (uma “curta-longa”, porque não quis “cortar mais"), Maria João Sousa quer fazer pensar sobre a “percepção da individualidade humana”, não só deste grupo de jovens, mas também de quem os observa: “Somos todos diferentes, vemos coisas diferentes (...) e quase que não respeitamos as opiniões dos outros.” 

Também os próprios “actores” do documentário chegaram à mesma conclusão. “Com a experiência, tiveram noção do quanto eram diferentes”, diz a realizadora portuense, que filmou a curta em São Miguel, nos Açores, onde actualmente reside — acredita que se tivesse sido feita noutro lugar, teria outras respostas.

prémio de melhor curta documental, atribuído pelo americano Independent Documentary Film Festival Legendary Doc no início do mês, foi surpreendente, confessa. “Não estava à espera porque foi um projecto pessoal. Não pensava ser seleccionada  isso já foi uma grande alegria. Ganhar mais ainda.” Panorama foi também seleccionado para o Fescilmar, na Polónia, e para o Apox Film Festival, na Croácia.

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A estreia em Portugal está prevista para dia 6 de Novembro, no Estúdio 13, em Ponta Delgada, São Miguel. A realizadora espera que possa também ser exibida no continente. 

Texto editado por Amanda Ribeiro