Acorda e sente o cheiro do café “sustentável” produzido num laboratório finlandês

Cientistas finlandeses criaram um método de produção de café em laboratório parecido com o café tradicional. Devido à desflorestação de terrenos por parte desta indústria, pode ser uma forma mais sustentável de produzir e consumir café.

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Investigadora Elviira Kärkkäinen a preparar café no laboratório Centro de Investigação Técnica VTT

Com as alterações climáticas a ameaçarem cada vez a produção tradicional de café, um grupo de cientistas finlandeses anunciou que produziu café através de cultura celular com cheiro e sabor semelhantes ao café convencional — o que representa uma alternativa mais sustentável para a produção de café.

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Com as alterações climáticas a ameaçarem cada vez a produção tradicional de café, um grupo de cientistas finlandeses anunciou que produziu café através de cultura celular com cheiro e sabor semelhantes ao café convencional — o que representa uma alternativa mais sustentável para a produção de café.

Centro de Investigação Técnica VTT da Finlândia produziu culturas de células que flutuam em biorreactores preenchidas com nutrientes usados para fazer vários produtos de origem animal e vegetal.

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Cultura de células de café (direita) e café torrado, produzido pelo método de agricultura celular (esquerda) Centro de Investigação Técnica VTT

Para Heikki Aisala, o investigador do VTT responsável por monitorizar o processo, o café celular provavelmente ainda não passaria nos testes de sabor padrão, mas tem potencial para se afirmar como uma indústria global multibilionária. “Claro que não é igual a 100%. Sabe a uma combinação de diferentes tipos de café. Ainda não chegamos ao patamar da variedade comercial, mas é certo que, de momento, se assemelha ao café”, comenta Aisala.

O líder da equipa de investigação da VTT, Heiko Rischer, refere que as células cultivadas em laboratório garantem uma forma mais sustentável de fazer café. Isto porque devido à alta procura, os países estão a entregar cada vez maiores porções de terra para o cultivo de café, agravando a desflorestação. Rischer menciona ainda que os benefícios ambientais do café cultivado em laboratório incluem uma redução no uso de pesticidas e fertilizantes e menor necessidade de enviar grãos de café para mercados que se encontrem a longas distâncias.

Na Europa, o café cultivado em laboratório teria de ser aprovado como “novo alimento” (novel food) antes de ser comercializado – esta designação diz respeito a alimentos que não foram consumidos, num grau significativo, por humanos na União Europeia antes de 1997, altura em que o primeiro regulamento sobre “novos alimentos” entrou em vigor.

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Criação de culturas de café em laboratório Centro de Investigação Técnica VTT

Mas será que os amantes de café, que discriminam outras alternativas, vão consumir esta opção? Satu, barista de uma cafetaria em Helsínquia, pensa que sim. “Acho que algum dia vamos seguir esse caminho porque todas as fontes naturais de café estão a desaparecer, então temos que seguir em frente... se tem um sabor bom e o aroma é à base de café, porque não? Eu acho que é possível”, conclui.