Xi Jinping vai faltar à cimeira do clima em Glasgow
Presidente chinês já terá informado Boris Johnson que não vai estar presente na COP 26, entre 31 de Outubro e 12 de Novembro, lançando dúvidas sobre o compromisso de Pequim quanto à redução das emissões de gases com efeito de estufa.
O Presidente da China, Xi Jinping, não participará pessoalmente na cimeira climática COP26, avançou esta sexta-feira o The Times, adiantando que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, já foi informado da ausência do líder chinês.
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O Presidente da China, Xi Jinping, não participará pessoalmente na cimeira climática COP26, avançou esta sexta-feira o The Times, adiantando que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, já foi informado da ausência do líder chinês.
"Ficou bastante claro que Xi não vai aparecer e o primeiro-ministro foi informado disso”, disse o diário britânico, citando uma fonte do Governo não identificada. “O que ainda não sabemos é a posição que os chineses vão adoptar”, acrescentou a mesma fonte.
Segundo o The Times, o Reino Unido teme que a decisão de Xi em não comparecer na cimeira que se realizará em Glasgow de 31 de Outubro a 12 de Novembro possa ser um prelúdio para uma possível recusa da China em comprometer-se com novas metas para a redução de emissões de gases com efeito de estufa, numa altura em que o país enfrenta uma crise energética.
A China é o maior emissor de gases com efeito estufa do mundo, pelo que a ausência de Xi Jinping da cimeira, seja pessoalmente ou através de videochamada, representaria um revés para as anunciadas esperanças de Boris Johnson de alcançar um acordo significativo.
Um relatório ontem publicado dá conta de um aumento de 4% das emissões de dióxido de carbono em 2021 por parte dos países do G20, com a China a ser um dos três países que se encaminham para exceder os níveis de 2019, antes da pandemia. Para esta subida das emissões contribui particularmente o carvão, cujo consumo este ano deverá crescer 5%, com a maior fatia (61%) a vir da China.
Quem já confirmou a presença no COP 26 foi o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, depois de várias semanas de hesitação. No final de Setembro, o chefe de governo da Austrália não dava como certa a sua participação, um sinal de que estaria a desvalorizar a decisiva cimeira.
“É mais uma viagem ao estrangeiro, e eu estive em quarentena durante muito tempo”, disse Morrison na altura em declarações a um jornal australiano.
A Austrália, uma grande produtora de carvão e gás natural, tem sido alvo de fortes críticas pela recusa em comprometer-se com metas mais ambiciosas para fazer face à crise climática, sendo que as suas políticas ambientais e de redução das emissões estão entre as piores da OCDE.
“Confirmo que estarei presente na cimeira de Glasgow, na qual estou ansioso por participar. É um evento importante”, disse Morrison esta sexta-feira. A possível ausência do primeiro-ministro australiano estava a ser vista como uma afronta ao Reino Unido, país organizador da COP 26 e aliado histórico da Austrália.
A falta de compromissos concretos por parte dos líderes mundiais antes da cimeira foi também criticada por Isabel II. Durante a cerimónia de abertura do parlamento galês, os microfones apanharam a rainha de Inglaterra a verbalizar a sua irritação com os políticos que falam muito, mas pouco ou nada fazem para lidar com a crise climática.
“Extraordinário, não é? Tenho ouvido tudo sobre o COP”, disse a monarca, de 95 anos, a Camilla, duquesa da Cornualha e mulher do seu filho, Carlos, príncipe de Gales. “Ainda nem sei quem vem…”, lamentou Isabel II, atirando: “É realmente irritante quando eles falam, mas não fazem nada.”