Monsaraz inaugura museu com instrumentos musicais de todo o mundo
Exposta na Igreja de Santiago, a Colecção Vintém inclui um violino Stradivarius de 1703 e outras peças antigas e raras.
A Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, inaugurou esta quarta-feira o Museu Colecção Vintém, instalado na sacristia da Igreja de Santiago, que acolhe parte do vasto conjunto de instrumentos musicais que o professor e produtor musical Fernando Vintém foi reunindo, e que inclui um genuíno Stradivarius do início do século XVIII, infelizmente danificado durante a Segunda Guerra Mundial.
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A Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, inaugurou esta quarta-feira o Museu Colecção Vintém, instalado na sacristia da Igreja de Santiago, que acolhe parte do vasto conjunto de instrumentos musicais que o professor e produtor musical Fernando Vintém foi reunindo, e que inclui um genuíno Stradivarius do início do século XVIII, infelizmente danificado durante a Segunda Guerra Mundial.
Convertida em galeria de arte, onde a autarquia promove regularmente mostras temporárias, a Igreja de Santiago, na vila medieval de Monsaraz, passa agora a exibir em permanência esta colecção, que engloba outros instrumentos musicais raros, designadamente um tambor de fenda Teponaztli, usado no México por culturas pré-hispânicas, como os aztecas ou os maias.
Da colecção, faz igualmente parte uma Ocarina do Brasil, instrumento de sopro em formato oval feito geralmente de porcelana, terracota, madeira ou pedra, e que é considerado um dos instrumentos musicais mais antigos do mundo.
No total, podem agora ser vistos na Igreja de Santiago cerca de 150 instrumentos de várias famílias — aerofones, cordofones e idiofones —, que constituem apenas uma parte da colecção de Fernando Vintém, que se propõe ir substituindo regularmente algumas das peças para refrescar a exposição.
A estrela da colecção é o já referido violino Stradivarius, construído pelo célebre luthier de Cremona, Antonio Giacomo Stradivari (1644-1737), em 1703, no período áureo da sua carreira. Segundo o próprio coleccionador, o instrumento entrou na posse dos nazis durante a Segunda Guerra, tendo sido utilizado em concertos, e acabou por ser danificado.
Um Nyatiti, alaúde de taça de cinco a oito cordas, proveniente do Quénia, uma Flauta Espírita da Guiné-Conacri, ou um Mijwiz, um instrumento musical tradicional do Oriente Médio, popular na Palestina, Líbano, Jordânia e Síria, são outras peças que agora podem ser admiradas em Monsaraz.
O Tibete está representado por uma trombeta Dung Cheng, usada nas cerimónias budistas; a Índia por um Bansuri, instrumento musical ancestral associado à tradição pastoral e ligado à história de amor entre Krishna e Radha; Marrocos pelo instrumento de percussão Tbilat; o Gana por um Balafón, comum na África subsaariana e precursor do xilofone; e o Zimbabué pelo Mbira, instrumento musical tradicional do povo Shona, informa a autarquia.
Uma Trombeta de Faraó do Egipto, um raro Sueng (Tailândia), um Duff (Marrocos), um Pellet (Nepal), uma Flauta Doce (Indonésia), uma Darbuka (Antigo Egito), um Ngombi (Gabão), um Tambor de Joelho (África ocidental), um Tambor Yoruba (Nigéria), um Daff (Egito) e uma Zobra (Tunísia) fazem também parte da colecção, a par de um Tin Whistle, designação de uma pequena flauta de metal tradicional da Irlanda, ou de um par de Castanholas Mirandesas, de Portugal, entre muitos outros instrumentos.