O regresso ao presente de Miguel Bonneville faz-se com viagens ao passado
Em dois momentos distintos, o artista dialoga com figuras que inspiraram o seu percurso artístico. A 14 e 15 de Outubro, apresenta com Clothilde o espectáculo A Importância de Ser Alan Turing na Casa do Capitão; a partir de dia 30, dirige o ciclo Recuperar o Corpo no Teatro São Luiz.
Há dois anos, quando o PÚBLICO se encontrou com Miguel Bonneville por altura da estreia de A Importância de Ser Georges Bataille, o criador confidenciava a sua crescente aversão ao discurso produzido em torno da criação artística, rejeitando a obsessão de atafulhar os espectadores de chaves e descodificações dos espectáculos. Para não ceder a essa tentação de dar ferramentas ao público que o auxiliem (e que afunilem) na interpretação daquilo a que assiste, foi também descartando o texto e trabalhando em torno de imagens, de sugestões e de música. Na peça que então apresentava, o escuro em que tudo decorria ajudava a esconder mais do que a revelar.
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Há dois anos, quando o PÚBLICO se encontrou com Miguel Bonneville por altura da estreia de A Importância de Ser Georges Bataille, o criador confidenciava a sua crescente aversão ao discurso produzido em torno da criação artística, rejeitando a obsessão de atafulhar os espectadores de chaves e descodificações dos espectáculos. Para não ceder a essa tentação de dar ferramentas ao público que o auxiliem (e que afunilem) na interpretação daquilo a que assiste, foi também descartando o texto e trabalhando em torno de imagens, de sugestões e de música. Na peça que então apresentava, o escuro em que tudo decorria ajudava a esconder mais do que a revelar.