Sindicatos dos enfermeiros marcam greve para a primeira semana de Novembro
Está prevista também uma concentração em frente à Assembleia da República ainda este mês. Surge em sequência de uma carta reivindicativa entregue ao Ministério da Saúde por sete sindicatos há mais de duas semanas e da falta de resposta do Governo.
Os sindicatos dos enfermeiros marcaram uma greve para a primeira semana de Novembro e uma concentração no dia 28 deste mês em frente à Assembleia da República.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os sindicatos dos enfermeiros marcaram uma greve para a primeira semana de Novembro e uma concentração no dia 28 deste mês em frente à Assembleia da República.
A decisão foi tomada pelos sindicatos que representam os enfermeiros, numa reunião que teve início na tarde de segunda-feira e terminou esta terça-feira de madrugada.
Segundo Lúcia Leite, presidente do Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), disse ao PÚBLICO, os sindicatos ainda iam reunir para definir as condições da greve. “Pode haver medidas concertadas, não necessariamente vamos todos fazer o mesmo porque isso dá um impacto diferente”. Mas não quis adiantar mais pormenores, nomeadamente sobre a duração da greve. A ASPE vai aconselhar os seus associados a cumprir o seu horário de trabalho, adiantou.
A dirigente disse que está também a correr uma petição online, Enfermeiros reclamam descongelamento da carreira e avaliação de desempenho igual aos enfermeiros da Região Autónoma da Madeira, a pedir que a AR aplique as mesmas condições de descongelamento e avaliação de desempenho aos enfermeiros aplicadas na Madeira e que deverá ser entregue a 28 de Outubro.
Apesar da decisão, Pedro Costa, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, afirmou que não se esgotou “a capacidade de diálogo” entre os sindicatos e o Governo. “Por isso, decretou-se uma paralisação nacional para a primeira semana de Novembro, que queremos anunciar na sexta-feira. De alguma forma damos aqui algum tempo ao Governo para se poder pronunciar”, adiantou.
A marcação da greve surge na sequência de uma carta reivindicativa entregue ao Ministério da Saúde por sete sindicatos há mais de duas semanas: Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), Sindicato dos Enfermeiros (SE), Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM), Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem (SIPEnf), Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU). Lúcia Leite afirma que nenhum dos sindicatos recebeu qualquer contacto da parte do Ministério da Saúde, segundo o que foi comunicado na reunião desta madrugada.
Na carta elencavam vários problemas, como a contabilização dos pontos para efeitos de progressão na carreira, a valorização em termos salariais, a resolução de situações de precariedade, a aposentação mais cedo. Enumeravam várias exigências, como a integração imediata nos mapas de pessoal das instituições de todos os enfermeiros com contratos precários no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a concretização da regularização e da abertura de concursos para todas as categorias (de enfermeiro, enfermeiro especialista, enfermeiro gestor e para as funções de direcção) ou a “abertura imediata das negociações para uma carreira de enfermagem aplicável de igual modo a todos e que valorize todos os enfermeiros, corrija desigualdades, injustiças e discriminações”.