Evolução do Luxemburgo exige cautela, mas não assusta Portugal

Diogo Jota deve ser baixa, esta noite, no Algarve, no sexto jogo de Portugal na fase de apuramento para o Campeonato do Mundo de 2022.

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Para o Luxemburgo, apenas uma vitória servirá para manter umas ténues esperanças em conseguir um histórico apuramento para um Campeonato do Mundo; para Portugal, o cenário é bem mais agradável, mas um deslize no sexto jogo no Grupo A de apuramento para o Mundial do Qatar retiraria qualquer margem de erro para as últimas duas partidas. Na antevisão do duelo com os luxemburgueses, no Estádio do Algarve (19h45, RTP1), Fernando Santos empurrou a pressão para o outro lado, elogiou o adversário e revelou que a probabilidade de Diogo Jota jogar “será baixa”.

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Para o Luxemburgo, apenas uma vitória servirá para manter umas ténues esperanças em conseguir um histórico apuramento para um Campeonato do Mundo; para Portugal, o cenário é bem mais agradável, mas um deslize no sexto jogo no Grupo A de apuramento para o Mundial do Qatar retiraria qualquer margem de erro para as últimas duas partidas. Na antevisão do duelo com os luxemburgueses, no Estádio do Algarve (19h45, RTP1), Fernando Santos empurrou a pressão para o outro lado, elogiou o adversário e revelou que a probabilidade de Diogo Jota jogar “será baixa”.

O historial de confrontos entre Portugal e o Luxemburgo é significativo. Nos últimos 17 anos, a selecção portuguesa e a luxemburguesa defrontaram-se por 11 vezes, e há um padrão nesses duelos: Portugal venceu sempre; o Luxemburgo nunca marcou fora do grão-ducado.

Porém, desde que Fernando Santos assumiu no final de 2014 o comando da equipa nacional, o discurso repete-se, com apelos constantes de cautela e de moderação. E os números justificam a prudência do seleccionador português.

Embora tenha continuado a ficar apenas pelo “quase” nas últimas fases de apuramento para Europeus e Mundiais, o Luxemburgo está longe de ser a equipa débil e sem categoria do início do século, onde coleccionava goleadas e exibições medíocres.

Ao contrário do que acontece em países como São Marino, Andorra, Liechtenstein ou Malta, o Luxemburgo deu nos últimos anos um salto qualitativo relevante no futebol, culpa do surgimento de escolas de formação no país, muitas com técnicos portugueses, da profissionalização de vários jogadores que emigraram para campeonatos europeus competitivos e do maior investimento dos clubes – em 2018/19, o F91 Dudelange conseguiu a proeza de chegar à fase de grupos da Liga Europa.

Embora o crescimento do futebol luxemburguês seja uma evidência e a sua selecção tenha jogadores de qualidade como Gerson Rodrigues, Danel Sinani, Olivier Thill, Leandro Barreiro ou Christopher Pereira, o reduzido lote de recrutamento num país com pouco mais de meio milhão de habitantes – muitos deles estrangeiros -, tem impedido que o Luxemburgo dê um salto maior e, no último par de anos, a evolução luxemburguesa parece ter estagnado.

Para o pragmatismo crónico de Fernando Santos este será, no entanto, “um jogo com grau de dificuldades elevado”. Usando a partida dos luxemburgueses contra a Sérvia no passado sábado como exemplo, onde o triunfo da equipa dos Balcãs foi “um resultado injusto”, Santos lembrou que quando Portugal venceu (3-1), em Março, no Stade Josy Barthel - esteve a perder -, sentiu “muitas dificuldades” perante “uma equipa bem estruturada e que procura sair a jogar.”

O seleccionador nacional considera, todavia, que pode ter um aliado no Algarve: a necessidade do Luxemburgo vencer. Se perder ou empatar, o rival de Portugal ficará sem qualquer hipótese matemática de atingir um dos dois primeiros lugares do Grupo A e, por isso, não espera “uma equipa do Luxemburgo remetida atrás, porque é a última réstia de esperança para eles”.

A Portugal, falta “ganhar estas três finais para” se apurar “automaticamente para o Mundial” e Fernando Santos diz que se a equipa nacional for equilibrada, estará “mais perto da vitória”. Para alcançar esse equilíbrio, é quase certo o regresso à titularidade de jogadores como Rui Patrício, João Cancelo, Pepe e Rúben Dias, que não foram utilizados contra o Qatar, e de Palhinha, Bernardo Silva, João Moutinho e Bruno Fernandes, que apenas estiveram em campo na última meia hora do jogo de preparação disputado no sábado.

No ataque, salvo qualquer impedimento físico de última hora, é certa a titularidade de Cristiano Ronaldo, mas a probabilidade do capitão português ter ao seu lado Diogo Jota “é baixa”. Santos disse nesta segunda-feira que não ia “correr riscos com um jogador que não treinou” e, sem o avançado do Liverpool, André Silva é o mais forte candidato a jogar no ataque ao lado de Bernardo Silva e de Ronaldo.