“A obsessão com a perfeição pela qual a moda é conhecida” levou Olivier Rousteing a esconder queimaduras
Director criativo da Balmain sofreu queimaduras graves quando, “exactamente há um ano”, a lareira da sua casa explodiu. O designer manteve o incidente em segredo até agora.
“Finalmente sinto-me pronto para partilhar isto. Tenho estado a escondê-lo há muito tempo e está na hora de saberem. Exactamente há um ano, a lareira dentro da minha casa explodiu”, começa por escrever o director criativo da casa francesa Balmain, numa longa legenda que acompanha uma fotografia de si, com o corpo ligado e a revelar várias queimaduras no rosto.
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“Finalmente sinto-me pronto para partilhar isto. Tenho estado a escondê-lo há muito tempo e está na hora de saberem. Exactamente há um ano, a lareira dentro da minha casa explodiu”, começa por escrever o director criativo da casa francesa Balmain, numa longa legenda que acompanha uma fotografia de si, com o corpo ligado e a revelar várias queimaduras no rosto.
Durante o último ano, apenas os mais próximos souberam o que aconteceu: “Fiz tudo para esconder esta história do maior número de pessoas possível e tentei manter o segredo com as minhas equipas e amigos”, continua Olivier Rousteing. No entanto, na data em que assinalou um ano sobre o incidente, no sábado, o designer considerou que estava na altura de o fazer, até para explicar o que esteve em causa no seu último desfile sobre “recuperação e renovação" ─ já o tinha dito, à revista Harper’s Bazaar, mas ainda não tinha mostrado a extensão dos ferimentos.
“O meu último espectáculo foi sobre a celebração da cura sobre a dor e agradeço a todos os modelos, à minha equipa, à minha família Balmain, aos meus amigos que vieram e apoiaram não só os meus dez anos de Balmain, mas também o meu renascimento.”
Olivier Rousteing não entende por que decidiu manter segredo ("Para ser honesto, não sei bem porque estava tão envergonhado"), mas tem uma suspeita: “Talvez esta obsessão com a perfeição pela qual a moda é conhecida e as minhas próprias inseguranças...”
Assim, explica: “À medida que recuperava, trabalhava dia e noite para esquecer" e, ao mesmo tempo, criava de forma a “manter o mundo a sonhar”, enquanto escondia “as cicatrizes com máscaras faciais, camisolas de gola alta, mangas compridas e até múltiplos anéis em todos os meus dedos nas muitas entrevistas ou fotografias”.
Um ano depois, Rousteing afirma estar “curado, feliz e saudável”, mas também o quanto se sente “tão livre, tão bem e tão sortudo”. “Estou a começar um novo capítulo com um sorriso no rosto e um coração cheio de gratidão”, que dirige aos “médicos e enfermeiros do [hospital parisiense] Saint Louis”, mas também a todos os que o ajudaram e conseguiram manter o seu segredo.