Pedro da Silveira, “Pedro da Silveira” e a PIDE: história de um provável equívoco

O jornalista António Valdemar publicou este sábado no Expresso um texto em que aponta o poeta açoriano como informador da PIDE. Baseou-se em relatórios conservados na Torre do Tombo, que outros investigadores atribuem a um colaborador da PIDE que usava o pseudónimo “Pedro da Silveira”.

Foto
Poeta, crítico literário, tradutor, autor de uma importante antologia da poesia açoriana, Pedro da Silveira nasceu na ilha das Flores

Num artigo do jornalista e investigador António Valdemar publicado este sábado na revista do semanário Expresso afirma-se que o poeta e crítico Pedro da Silveira (1922-2003), colaborador da Seara Nova e reconhecido antifascista, foi na verdade um informador da PIDE que teria redigido, na primeira metade dos anos 60, vários relatórios delatando “actividades e divergências da oposição ao salazarismo radicada no Brasil”, com particular incidência no círculo de Humberto Delgado. Uma hipótese que vem contrariar a tese defendida por vários investigadores de que estes mesmos relatórios se devem a um informador da PIDE que usava o pseudónimo “Pedro da Silveira” e cujo verdadeiro nome era Duarte de Gusmão (1912-1965), um professor e aristocrata bracarense com genuíno currículo de oposicionista — foi preso várias vezes desde os anos 30 — e que a PIDE terá arregimentado no final dos anos 50.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Num artigo do jornalista e investigador António Valdemar publicado este sábado na revista do semanário Expresso afirma-se que o poeta e crítico Pedro da Silveira (1922-2003), colaborador da Seara Nova e reconhecido antifascista, foi na verdade um informador da PIDE que teria redigido, na primeira metade dos anos 60, vários relatórios delatando “actividades e divergências da oposição ao salazarismo radicada no Brasil”, com particular incidência no círculo de Humberto Delgado. Uma hipótese que vem contrariar a tese defendida por vários investigadores de que estes mesmos relatórios se devem a um informador da PIDE que usava o pseudónimo “Pedro da Silveira” e cujo verdadeiro nome era Duarte de Gusmão (1912-1965), um professor e aristocrata bracarense com genuíno currículo de oposicionista — foi preso várias vezes desde os anos 30 — e que a PIDE terá arregimentado no final dos anos 50.