Polónia acusa bielorrussos de disparar contra as suas tropas na fronteira
Polacos reforçam ser necessária uma “defesa firme” para contrariar o “ataque híbrido” bielorrusso, recorrendo aos fluxos migratórios para pressionar a UE. Representação bielorrussa negou a ocorrência de disparos na fronteira.
A Polónia reuniu-se esta sexta-feira com representantes diplomáticos bielorrussos depois de guardas fronteiriços terem acusado o lado bielorrusso de disparar contra soldados polacos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Polónia reuniu-se esta sexta-feira com representantes diplomáticos bielorrussos depois de guardas fronteiriços terem acusado o lado bielorrusso de disparar contra soldados polacos.
A Polónia está em estado de emergência na fronteira com a Bielorrússia devido ao fluxo migratório vindo de países como o Afeganistão ou o Iraque, no que a União Europeia (UE) e Varsóvia dizem ser um “ataque híbrido” bielorrusso engendrado para pressionar o bloco europeu pelas sanções impostas a Minsk.
“A patrulha bielorrussa disparou contra soldados do Exército Polaco que estavam a vigiar a fronteira connosco”, disse a porta-voz da Guarda de Fronteira polaca, Anna Michalska, citada pela agência estatal PAP. “Provavelmente estavam a usar munições vazias. Não aconteceu nada a ninguém”, acrescentou.
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, recorreu às redes sociais para se pronunciar sobre a situação e disse ser necessário uma “defesa firme” para contrariar os bielorrussos.
“A guerra híbrida contra a Polónia e a UE continua. Existem apenas dois lados neste conflito – ou optamos pela defesa firme da soberania polaca, das fronteiras da UE, da democracia e dos direitos humanos, ou caímos no cenário traçado pelo Kremlin e Minsk”, escreveu Morawiecki na sua conta do Twitter.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco, Lukasz Jasina, disse que o representante bielorrusso Alaksandr Czasnouski tinha sido convocado para discutir “provocações” do lado bielorrusso da fronteira, incluindo os disparos relatados. À saída do ministério, Czanouski negou a ocorrência de disparos na fronteira.
A Polónia começou a construir em Agosto uma vedação de arame farpado na fronteira com a Bielorrússia para travar as entradas ilegais no país, apesar das acusações de que alguns migrantes estariam a ser tratados de forma desumana.
O ministro do Interior polaco já disse que o país planeia reforçar a fronteira com um sistema de detecção de movimento e câmaras, replicando o modelo que está a ser utilizado na fronteira grega com a Turquia.