Greve levou à supressão de cerca de 70% dos comboios até às 12h
Foram decretados serviços mínimos: 25% do total da oferta de comboios. CP e Fertagus antecipam “fortes perturbações” ao longo desta sexta-feira, que podem estender-se às primeiras horas da manhã de sábado.
A CP realizou 160 das 561 ligações ferroviárias que tinha programadas até às 12h devido à greve dos trabalhadores da empresa e da Infra-estruturas de Portugal (IP), tendo sido suprimidos 401 comboios, segundo fonte oficial da empresa.
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A CP realizou 160 das 561 ligações ferroviárias que tinha programadas até às 12h devido à greve dos trabalhadores da empresa e da Infra-estruturas de Portugal (IP), tendo sido suprimidos 401 comboios, segundo fonte oficial da empresa.
Os trabalhadores da CP - Comboios de Portugal e da Infraestruturas de Portugal (IP) cumprem esta sexta-feira um dia de greve, reivindicando aumentos salariais e um reforço das contratações.
De acordo com o balanço feito pela CP à Lusa, cerca das 12h, dos 561 comboios programados, realizaram-se 160, foram suprimidos 401, dos quais 112 do serviço regional, 23 de longo curso, 72 comboios urbanos do Porto e 194 urbanos de Lisboa.
Por sua vez, José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), disse à Lusa cerca das 8h que a greve registava até às 6h uma “forte adesão”.
“Estamos a ter uma adesão muito elevada, superior a 90%. Estão apenas a ser cumpridos os serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral. Da lista não faziam parte os comboios de mercadorias, pelo que não se efectuou nenhum no turno da noite”, disse.
José Manuel Oliveira disse igualmente que as bilheteiras das estações de comboios estão encerradas. “Agora vão começar a entrar outros turnos e a perspectiva do sindicato é a de que será uma adesão semelhante ao do turno da noite”, disse.
A ausência de respostas da tutela esteve na origem da marcação desta greve, prevendo a CP avisar que poderão ocorrer “fortes perturbações” na circulação de comboios a nível nacional. Na informação disponível no seu site, a empresa refere que o Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social decretou serviços mínimos que implicam a realização de cerca de 25% do total da oferta de comboios, sendo de admitir que os efeitos da greve poderão estender-se às primeiras horas da manhã de sábado, dia 9 de Outubro.
Também a Fertagus, que assegura a ligação ferroviária sobre a Ponte 25 de Abril, informou que a circulação será condicionada pela greve, já que estará limitada a 25% dos horários habituais. Devido aos constrangimentos, a circulação de comboios entre as 9h43 e as 15h43 no sentido norte-sul e entre as 8h58 e as 14h58 no sentido sul-norte será suspensa.
“Fora destes períodos, a circulação de comboios da Fertagus continuará com constrangimentos, pelo que se aconselha a consulta dos horários em www.fertagus.pt”, indica a empresa. A Fertagus lamentou as perturbações na circulação e sugeriu a utilização de transportes alternativos.
A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) e outras organizações sindicais convocaram esta greve tendo como principal reivindicação aumentos salariais. A admissão de trabalhadores, a tomada de medidas para a “harmonização das regras de trabalho na CP e na IP” e “uma calendarização para a negociação da revisão da contratação colectiva” são outros dos pontos a que exigem resposta.