O inexplicável silêncio da Igreja portuguesa

A Igreja tem de assumir que tem um problema grave entre mãos – o abuso sexual de menores. O silêncio, a tergiversação e a hipocrisia só servem para o agravar

As ondas de choque causadas pelas denúncias de abusos sexuais de menores na Igreja Católica abalaram diversos países, mas essa vaga que gerou indignação e protesto e, ao mesmo tempo, estimulou a necessidade de justiça continua ausente de Portugal. Bem pode o Papa Francisco exigir transparência, denúncia e acção para que a Igreja seja capaz de espantar os seus fantasmas, assumir os seus pecados e seguir em frente; bem podem vários bispos reclamar mecanismos eficientes para escutar as vítimas, identificar criminosos, fazer justiça ou restaurar os valores dos evangelhos; bem podem políticos, jornais, magistrados ou crentes recordar que a verdade é virtuosa e a mentira um atentado moral: nada disto serve para que a Igreja portuguesa ou a vizinha espanhola, onde reina um conservadorismo corporativo ainda mais arreigado, se movam em busca da verdade e da justiça.

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As ondas de choque causadas pelas denúncias de abusos sexuais de menores na Igreja Católica abalaram diversos países, mas essa vaga que gerou indignação e protesto e, ao mesmo tempo, estimulou a necessidade de justiça continua ausente de Portugal. Bem pode o Papa Francisco exigir transparência, denúncia e acção para que a Igreja seja capaz de espantar os seus fantasmas, assumir os seus pecados e seguir em frente; bem podem vários bispos reclamar mecanismos eficientes para escutar as vítimas, identificar criminosos, fazer justiça ou restaurar os valores dos evangelhos; bem podem políticos, jornais, magistrados ou crentes recordar que a verdade é virtuosa e a mentira um atentado moral: nada disto serve para que a Igreja portuguesa ou a vizinha espanhola, onde reina um conservadorismo corporativo ainda mais arreigado, se movam em busca da verdade e da justiça.