Oposição interna critica direcção do CDS por marcar conselho nacional à pressa

Conselheiros nacionais insurgem-se contra a direcção de Francisco Rodrigues dos Santos, acusando-a de impedir que a oposição se alinhe e faça campanha pelo país até ao congresso.

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Críticos acusam direcção de Francisco Rodrigues dos Santos de não respeitar os estatutos do partido JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Está instalada a polémica no CDS. Na antevéspera de Nuno Melo apresentar a sua candidatura à liderança do partido, um grupo de conselheiros nacionais decidiu acusar a direcção de Francisco Rodrigues dos Santos de “falta de democracia interna” e de “querer realizar um conselho nacional à pressa para esvaziar o debate, violando o regimento, encurtando o calendário e impedindo que a oposição faça campanha pelo país até ao próximo congresso”.

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Está instalada a polémica no CDS. Na antevéspera de Nuno Melo apresentar a sua candidatura à liderança do partido, um grupo de conselheiros nacionais decidiu acusar a direcção de Francisco Rodrigues dos Santos de “falta de democracia interna” e de “querer realizar um conselho nacional à pressa para esvaziar o debate, violando o regimento, encurtando o calendário e impedindo que a oposição faça campanha pelo país até ao próximo congresso”.

Esta quinta-feira, um grupo de conselheiros nacionais enviou uma carta dirigida ao presidente do conselho nacional, Filipe Anacoreta Correia, solicitando a reformulação da convocatória do congresso, alegando incumprimento de prazos e dos próprios estatutos.

Subscrita por 25 conselheiros, a carta questiona os termos da convocatória para o conselho nacional (CN) de domingo e invoca o artigo 18.º do regimento deste órgão para dizer que o mesmo estipula que as “convocatórias das reuniões não urgentes deverão ser envidas no prazo de dez dias de antecedência relativamente à data da reunião”. Advertem, a este propósito, que a reunião do CN foi convocada para o dia 10 do mesmo mês, domingo, isto é, com apenas seis dias de antecedência.

“Seria suposto que, como sucedeu com o dr. Francisco Rodrigues dos Santos, que também agora todos os possíveis candidatos pudessem beneficiar de tempo razoável para contactar com as diferentes estruturas de norte a sul e nas regiões autónomas, informando, debatendo e dando a conhecer propostas e diferenças”, lê-se na carta enviada a Filipe Anacoreta Correia, na qual os subscritores acusam o actual líder de negar aos restantes candidatos a mesma possibilidade de afirmar a sua candidatura que o próprio teve há dois anos.

Alegam ainda que a convocação do conselho nacional do CDS para domingo, em formato digital, além de ir contra os estatutos do partido, trata-se de uma “tentativa forçada de realização do congresso no final e Novembro ou princípio de Dezembro”, recorrendo a “atropelos de regras e procedimentos” apenas para encurtar o tempo de mobilização à oposição interna. Tudo sinais de “falta de democracia interna”, acusam na carta.

O conselho nacional do CDS foi marcado para este domingo, tendo a convocatória chegado aos dirigentes e conselheiros no passado dia 4 de Outubro, e tendo na ordem do dia a análise dos resultados eleitorais e a proposta de convocação do congresso ordinário. Tudo matérias que os subscritores da carta consideram ‘não urgentes’, pelo que consideram que o CN não poderia ter sido marcado com tão pouca antecedência (apenas seis dias antes).

“Como o senhor presidente do conselho nacional bem sabe, a convocatória para quaisquer assembleias (…) teria de ter sido enviada com a antecedência mínima de 10 dias, e não deveria ser apenas uma ordem de trabalhos informando da intenção de discutir e aprovar o que nela se diz, mas também, e principalmente, todos os documentos com as informações substantivas descritivas desses assuntos, para em toda a extensão desse prazo poderem ser lidos, maturados e sobre eles decidida uma posição”, contrapõem os conselheiros nacionais do CDS, alegando que neste caso houve uma “violação das regras” e estatutos do partido.

Pedro Mota Soares, João Gonçalves Pereira, Nuno Magalhães, Álvaro Castello-Branco, Morais Baptista, João Barros Viegas, Nuno Serra Pereira, Inês Teixeira, Nuno Gusmão, Isabel Marinho Freitas, Isaque Pinto, João Pires de Lima, Gonçalo Pimenta de Castro, são alguns dos conselheiros que subscreveram a carta.