Cães, gatos e galinhas: os animais que o vulcão de La Palma deixou para trás

Há duas semanas que a lava do vulcão Cumbre Vieja desce a encosta de La Palma. A erupção já forçou mais de seis mil pessoas a abandonar as suas casas e, com elas, os seus animais de estimação.

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O choro dos cães enjaulados mistura-se com a algazarra das galinhas num abrigo improvisado para animais na ilha espanhola de La Palma, montado de emergência para realojar centenas de animais de estimação que perderam a casa quando os seus donos fugiram do vulcão Cumbre Vieja.

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O choro dos cães enjaulados mistura-se com a algazarra das galinhas num abrigo improvisado para animais na ilha espanhola de La Palma, montado de emergência para realojar centenas de animais de estimação que perderam a casa quando os seus donos fugiram do vulcão Cumbre Vieja.

Membros da Associação de Protecção de Plantas e Animais de Benawara começaram a explorar a ilha à procura de potenciais lares de acolhimento nos dias que antecederam a erupção. Intensificaram esforços quando compreenderam a verdadeira dimensão dos danos e converteram um parque infantil escolar num centro de coordenação.

“Levámos cerca de 140 cães, ou talvez mais alguns, 60 ou 70 gatos, cabras, ovelhas, papagaios... Tudo”, disse Esau Fumero, treinador de cães e subdirector da organização, que espera alojar os animais em abrigos o mais rapidamente possível.

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Juan Medina/Reuters
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Juan Medina/Reuters

Alguns animais eram de famílias que tiveram de deixar as suas casas mas não puderam levar os seus animais de estimação para alojamentos temporários, enquanto outros são entregues pela polícia e por equipas de salvamento.

Sem sinais de abrandamento da erupção, cuidar dos animais de estimação é um problema a longo prazo, disse Fumero, em frente a uma torre colorida feita de sacos empilhados de ração para animais.

Maria Hernandez, de 55 anos, perdeu a sua casa para a lava que desce a encosta da montanha até ao oceano há mais de duas semanas, e já destruiu mais de mil casas e forçou a evacuação de mais de seis mil pessoas.

Depois de ter encontrado um lar para os seus três cães de porte pequeno, foi obrigada a levar o mais novo — um staffordshire bull terrier de sete anos — para o centro de acolhimento quando este começou a lutar com os outros dois. “Voltamos sempre aqui ao final do dia. De manhã antes do trabalho, a qualquer hora que possamos estar com ele”, explicou.

A tentar conter as lágrimas, contou à Reuters como toda a situação a deixa sobrecarregada e frustrada. “Não sabemos quanto tempo é que isto vai durar e o nosso cão é como um membro da família... Tudo isto que nos está a acontecer é tão avassalador.”