Na Indonésia, há um museu feito de plástico para salvar o oceano
A exposição levou três meses a ser montada e contém mais de 10 mil resíduos de lixo plástico. O objectivo é consciencializar a população para a crise dos plásticos no oceano, sobretudo na Indonésia, onde este problema é ainda mais grave.
Empenhados em divulgar a mensagem sobre o agravamento da crise de plásticos no oceano, ambientalistas na Indonésia decidiram criar um museu feito apenas de plástico, para convencer as pessoas a repensar sobre os seus hábitos e a dizer não aos plásticos de uso único, como sacos e garrafas.
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Empenhados em divulgar a mensagem sobre o agravamento da crise de plásticos no oceano, ambientalistas na Indonésia decidiram criar um museu feito apenas de plástico, para convencer as pessoas a repensar sobre os seus hábitos e a dizer não aos plásticos de uso único, como sacos e garrafas.
A exposição ao ar livre na cidade de Gresik, no este de Java, levou três meses a ser montada e é composta por mais de 10 mil resíduos de lixo plástico, de garrafas e sacos até pacotes e palhinhas, recolhidos em rios e praias poluídos. A peça principal é uma estátua da deusa da prosperidade, chamada Dewi Sri, amplamente adorada pela população de Java. A sua longa saia é feita de pacotes descartáveis.
“Queremos dizer às pessoas para pararem de utilizar plásticos descartáveis”, alerta Prigi Arisandi, fundador do museu. “Estes plásticos são muito difíceis de reciclar... A partir de hoje, devemos parar de consumir o plástico de uso único porque vai poluir o nosso oceano, que também é nossa fonte de alimento”, acrescenta.
O problema dos plásticos é particularmente grave na Indonésia, um arquipélago que ocupa o segundo lugar (logo após a China) no que diz respeito ao volume de plásticos que acabam nos mares. Juntamente com as Filipinas e o Vietname, estes quatro países são responsáveis por mais de metade dos plásticos oceânicos e os esforços da Indonésia para regular o uso de embalagens plásticas tiveram resultados pouco sólidos.
Desde a sua inauguração, no início de Setembro, a exposição recebeu mais de 400 visitantes. O museu tornou-se num local popular para selfies, bastante partilhadas nas redes sociais, nas quais os visitantes posam contra um fundo de milhares de garrafas de água suspensas.
Ahmad Zainuri, um estudante, disse que o museu abriu os seus olhos para a escala do problema. “Vou começar a usar uma tote bag e, quando comprar uma bebida, vou usar uma garrafa reutilizável”, refere. Também Ayu Chandra Wulan, outro estudante, comenta que vai ter de “comprar coisas reutilizáveis, como garrafas, em vez de usar as de plástico": “Fico triste por ver a quantidade de resíduos que há aqui.”