Uma das maiores lições que Julia Eckhardt aprendeu acerca da obra de Éliane Radigue, ao entrevistar extensamente a pioneira compositora francesa para a escrita do livro Intermediary Spaces, foi a da revelação do “momento eureka” que mudou a vida de Radigue. Autora de uma obra desbravadora na música electrónica, fortemente influenciada pela música concreta, Éliane Radigue, nascida em Paris em 1932, viveu durante anos perto de um aeroporto, apreciando o som emitido pelos aviões nos seus movimentos de descolagem ou aterragem, mas jamais lhe passando pela cabeça que de uma fonte daquelas poderia ser extraída música. Até ao dia em que, ouvindo rádio, calhou escutar a peça Étude aux Chemins de Fer, de Pierre Schaeffer, e a sua consciência musical se expandiu enormemente ao perceber que era possível compor a partir dos sons de comboios.
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Uma das maiores lições que Julia Eckhardt aprendeu acerca da obra de Éliane Radigue, ao entrevistar extensamente a pioneira compositora francesa para a escrita do livro Intermediary Spaces, foi a da revelação do “momento eureka” que mudou a vida de Radigue. Autora de uma obra desbravadora na música electrónica, fortemente influenciada pela música concreta, Éliane Radigue, nascida em Paris em 1932, viveu durante anos perto de um aeroporto, apreciando o som emitido pelos aviões nos seus movimentos de descolagem ou aterragem, mas jamais lhe passando pela cabeça que de uma fonte daquelas poderia ser extraída música. Até ao dia em que, ouvindo rádio, calhou escutar a peça Étude aux Chemins de Fer, de Pierre Schaeffer, e a sua consciência musical se expandiu enormemente ao perceber que era possível compor a partir dos sons de comboios.