Porque aumenta a abstenção? Emigração ajuda a explicar

Nas últimas autárquicas, onde só votam os residentes no território, havia 9,3 milhões de eleitores registados, muito acima dos 8,5 milhões que, nas contas do INE, têm idade para votar. Se não fizermos uma reforma “de alto a baixo” do recenseamento eleitoral, alegam os especialistas, continuaremos a ser confrontados a cada eleição com níveis de abstenção que não cosem com a realidade.

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Nuno Ferreira Santos

Sempre que ouve as costumeiras lamentações nos pós-eleições sobre a crescente abstenção eleitoral dos portugueses, Francisco Soares deita as mãos à cabeça. “Nestas últimas autárquicas, apontou-se uma abstenção de 46,35%, quando na realidade ela não foi além dos 35% ou 36%!”, espanta-se este especialista em Ciência Política, para quem, sendo verdade que a abstenção foi aumentando ao longo dos tempos, é “no mínimo precipitada” a alegação de que os portugueses se estão cada vez mais nas tintas para as eleições.

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Sempre que ouve as costumeiras lamentações nos pós-eleições sobre a crescente abstenção eleitoral dos portugueses, Francisco Soares deita as mãos à cabeça. “Nestas últimas autárquicas, apontou-se uma abstenção de 46,35%, quando na realidade ela não foi além dos 35% ou 36%!”, espanta-se este especialista em Ciência Política, para quem, sendo verdade que a abstenção foi aumentando ao longo dos tempos, é “no mínimo precipitada” a alegação de que os portugueses se estão cada vez mais nas tintas para as eleições.