Um esquilo escondeu milhares de nozes no capot de uma carrinha. E não foi a primeira vez

Desde 2013, Fischer lida com o estranho fenómeno de dois em dois anos: sem falta, um esquilo vermelho elege o seu Chevrolet Avalanche como esconderijo favorito para guardar milhares de nozes.

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Caleb Martin/Unsplash

As nozes amareladas estavam por todo lado nas entranhas da carrinha de Bill Fischer, ocupando cada canto livre – apinhadas atrás do pára-lamas, presas entre as peças do motor, empilhadas debaixo do capot.

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As nozes amareladas estavam por todo lado nas entranhas da carrinha de Bill Fischer, ocupando cada canto livre – apinhadas atrás do pára-lamas, presas entre as peças do motor, empilhadas debaixo do capot.

O residente de Fargo, no Dakota do Norte, tinha regressado de uma viagem de trabalho de quatro dias no início do mês, o que antecipou a descoberta. Afinal, as nozes da nogueira do vizinho tinham acabado de ser colhidas e um visitante peludo teve, provavelmente, o seu tesouro num local seguro – a carrinha de Fischer.

Desde 2013, Fischer, de 56 anos, lida com o estranho fenómeno de dois em dois anos (o ciclo de maturação da árvore): sem falta, um esquilo vermelho elege o seu Chevrolet Avalanche como esconderijo.

“Tenho outros veículos estacionados muito perto daquela árvore, mas é sempre a minha carrinha”, disse Fischer numa entrevista ao The Washington Post. “Até estacionei de propósito na rua — o mais longe possível da nogueira — e eles ainda vão à procura do Avalanche e escondem-nas lá dentro.”

Mas este ano foi diferente, disse ele. O esquilo bateu um recorde: encheu a carrinha de Fischer com cerca de 150 litros de nozes pretas.

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Milhares de nozes guardadas por um esquilo no capot da carrinha de Bill Fischer. Bill Fischer

Um estudo de 2000 feito no Reino Unido sobre os hábitos dos esquilos vermelhos revelou que estes enterram frequentemente pinhas, amendoins, nozes e avelãs, e escondem frutos, cogumelos e ossos em lugares altos. Um estudo realizado em 2017 por investigadores da Universidade da Califórnia em Berkeley concluiu que os esquilos são “acumuladores de comida”, o que significa que separam cada tipo de alimento e os escondem em locais diferentes para se prepararem para meses mais frios quando os mantimentos são escassos.

Estão “a maximizar a capacidade dos seus armazenamentos de comida, ao mesmo tempo que minimizam as perdas para os ladrões”, afirmaram os investigadores em 2017.

Mas o esquilo vermelho que vasculhava perto do relvado de Fischer encontrou um adversário à sua altura — não podia ser mais esperto do que este humano.

Fischer habituou-se à visita de dois em dois anos. Sabe que quando as nozes começam a cair no chão, é altura de verificar o motor antes de ligar o carro. Calcula que o esquilo escolha o camião por causa do fácil acesso. Entra pela “traseira da carrinha, sobe o chassis e entra no compartimento dos motores”, explicou Fischer. Além disso, há muito espaço por baixo do capot.

Aprendeu por experiência que é melhor esperar até não haver mais nozes debaixo da árvore antes de fazer uma limpeza completa. “O esquilo vai sentar-se na árvore e observar-me a varrer as nozes quase como se pensasse: ‘Isso é meu, amigo’, enquanto me observa a limpar o seu stock de Inverno”, disse Fischer.

Mas, este ano, Fischer limpou algumas das nozes do seu camião antes de partir para uma viagem, há algumas semanas. Quando voltou, a 17 de Setembro, encontrou milhares de cascas dentro do veículo — mais do que alguma vez tinha visto antes.

“O esquilo bateu um recorde”, disse Fischer. “A maior quantidade que já retirei foram quatro ou cinco baldes de 20 litros. Este ano foram sete.” Encheu cinco baldes só com o que tirou do capot. As nozes atrás dos pára-lamas eram suficientes para encher mais dois. Fischer conta que teve de remover os pára-lamas do camião para tirar as nozes.

Como em anos anteriores, Fischer ofereceu as nozes de graça na sua página de Facebook. As que não forem entregues serão deitadas fora, disse ele, “para grande desgosto do esquilo”.

Embora as limpezas possam ser árduas, não consegue deixar de encontrar humor em tudo isto. “Com todo o tempo que demorei para tirar os pára-lamas, o que posso fazer senão rir? A vida é demasiado curta para não me rir.”

E não sente culpa por roubar ao intruso peludo os seus tesouros nutritivos. “Caso o sinta, desaparece pela altura de voltar a montar os pára-lamas na minha carrinha”, disse.

Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post