7 dias, 7 fugas: de copo na mão, por trilhos de risos, festas e outras lambarices
Cerveja artesanal em Lisboa, vinho em Coimbra. Arcos de Valdevez a caminhar e o Seixal a saborear. O MAAT faz a festa de anos; a Maia, a do teatro cómico. E ainda há uma feira gulosa a estrear-se em Águeda.
Sábado, 2: um (primeiro) acto artesanal
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Sábado, 2: um (primeiro) acto artesanal
Num copo cabe uma dúzia de cervejas artesanais. Em palco, meia-dúzia de artistas animam os brindes. E a street food não falta à degustação. Sábado e domingo é dia de rumar ao Hub Criativo do Beato, em Lisboa, para a edição de estreia do festival Beer Ato. Entre o meio-dia e a meia-noite, estão à prova os néctares de 12 microcervejeiras nacionais – Barona, Bolina, Browers, Dois Corvos, Letra, Libata, Lince, Maldita, Musa, Oitava Colina, Ophiussa e Vadia – para harmonizar com a música ao vivo de Amaura, Celso, Filipe Karlsson e Sallim, e com actuações de DJ, na Fábrica do Pão (a partir das 16h). Organizado pela The Browers Company e pela Casa do Capitão (curadora musical), o festival assegura lugar sentado para 600 convivas. O único acto necessário para aceder é a compra de um copo reutilizável (de vidro) por 4€.
Domingo, 3: por aldeias, trilhos e memórias
Desde o início do ano, a iniciativa 12 Meses, 12 Caminhadas já visitou baloiços, moinhos, prados, ínsuas, lagoas e várias outras paragens de Arcos de Valdevez. Desta vez, é o Trilho das Aldeias que está no mapa. O convite é para palmilhar carreiros por onde, noutros tempos, todos passavam: “o carro de bois, o gado, os pastores, o padre, o médico, a parteira...”, enumera a autarquia. Pelo caminho, a certeza de “colher frutos da época e observar aves e paisagens deslumbrantes”. O ponto de encontro é na Porta do Mezio, às 8h30. As lagoas da Travanca, a branda de Berzavô e os lugares de Bostelinhos e Bouças Donas fazem parte do trajecto, que se estende por oito quilómetros e dura cerca de quatro horas. A participação custa 8€ e o pedido de inscrição deve ser endereçado a portadomezio@ardal.pt ou 258510100. A 7 de Novembro, o programa anual de trilhos pedestres dirige-se às pastagens do garrano; a 5 de Dezembro, termina com uma caminhada com ecos das Vozes das Pedras.
Segunda, 4: baía de sabores
Para começar, gyosas de caldeirada, uma espetada de pataniscas ou corvina do estuário em ceviche. Para prato principal, esparguete de gambas e vieiras, cannoli de bacalhau, arroz de lingueirão ou filetes de dourada. Para rematar, um pudim Abade de Priscos ou uma delícia Lisboa à Vista. Todas estas iguarias e muitas outras fazem parte do cardápio da nova Rota dos Sabores da Baía do Seixal. Organizada pelo chef Luís Oliveira e promovida pela Makro, em parceria com a autarquia, convida a “descobrir os segredos gastronómicos” da zona ribeirinha, em 16 dos seus restaurantes. Cada um participa com um menu fixo que pode ser degustado por 20€ e que inclui entrada, prato, bebida e sobremesa (estão todos elencados aqui). A rota foi inaugurada a 1 de Outubro e vai às mesas até dia 12.
Terça, 5: à beira-Tejo, festa servida
O aniversário do MAAT - Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia costuma ser uma grande festa na paisagem de Lisboa, mas a deste ano é especial por vários motivos. Primeiro, pela curiosidade de “casar os anos”: faz cinco a 5 de Outubro. Segundo, pelo simbolismo: nesse dia, reabrem as portas do edifício branco, com o acréscimo da inauguração de Dia, uma exposição monográfica de Carsten Höller que articula luz e escuridão, e o interior com o exterior. Depois, porque à habitual sucessão de performances, oficinas e visitas guiadas, junta-se uma novidade vinda de outras artes, as gastronómicas: nos jardins da Central é montado um Mercado da Comida Independente, onde “ostras, hortícolas, frutas, pasta fresca, cogumelos, pão e muito mais”, de 12 produtores, estão à prova e à venda. De resto, o extenso programa da festa tanto passa por uma visita orientada à instalação de Grada Kilomba, como por uma oficina de tipografia, uma performance de André e. Teodósio, um percurso pela fábrica da Central Tejo ou um jogo de pistas para crianças.
Quarta, 6: imunidade pelo riso
No ano passado, decretou que O Riso Desconfina a Inteligência. Este ano, apresenta-se com O Riso Imune Contra a Barbárie. É este o tema que faz mover a 26.ª edição do Festival Internacional de Teatro Cómico da Maia, produzido pela companhia Art'Imagem. Está em cena desde 1 de Outubro, com propostas diárias até dia 10. Nesta quarta-feira, por exemplo, a companhia XPTO surge de Pés Descalços, entre artes circenses e teatro físico, a abrir caminho ao espanhol Teatro Corsario, que traz as bruxarias em marionetas de uma Celestina Infernal, em estreia nacional. São dois dos 25 grupos que fazem a festa nos espaços interiores e exteriores do Fórum da Maia e também no centro da cidade. Os espectáculos em sala têm bilhetes a 5€ (passe a 50€); os de rua são gratuitos. O programa detalhado está disponível aqui.
Quinta, 7: Paula Rego n’O Mundo do Vinho
Entre 3 e 16 de Outubro, O Mundo do Vinho concentra-se em Coimbra. A quarta edição do festival espalha-se pela cidade com provas comentadas, degustações, um show cooking, uma palestra, conversas, uma deslocação enoturística ao Museu do Vinho de Alcobaça e, entre outras actividades, um jantar vínico com fados cantados por Pedro Moutinho. Outra estrela da carta é O Vinho de Paula Rego, uma colecção de nove litografias que a pintora produziu sob inspiração do conto homónimo de João de Melo – com os reconhecidos travos crus, violentos e até grotescos do seu imaginário pictórico. A exposição é inaugurada a 7 de Outubro, no Museu Nacional de Machado de Castro, onde permanece até 5 de Dezembro (de terça a domingo, das 10h às 18h, com entrada livre). O programa completo d’O Mundo do Vinho pode ser consultado aqui.
Sexta, 8: a dar música à gulodice
Em Águeda, estreia-se nesta sexta-feira (finalmente, depois do adiamento provocado pela situação pandémica), uma Feira das Lambarices – gastronómicas e musicais. Cerca de 30 municípios de todo o país fazem-se representar, numa ementa de fazer água na boca, com “o melhor da doçaria tradicional de cada região”. A esta mostra, com entrada livre, junta-se um cartaz preenchido por mais de 20 artistas, entre eles Bárbara Tinoco, Anselmo Ralph, Calema, Ana Moura, Miguel Araújo, Cláudia Pascoal e Os Quatro e Meia (3,50€ a 10€/noite ou 40€/passe; grátis até seis anos). Nascida de uma ideia da população da aldeia de Vale Domingos, a feira fica instalada na baixa de Águeda até 17 de Outubro.